Greve segue nesta terça-feira após falta de acordo entre trabalhadores e donos de postos
Os trabalhadores dos postos de combustíveis entraram no segundo dia de greve nesta terça-feira, 5, após não fecharem acordo com o sindicato patronal em reunião realizada na tarde desta segunda, 4, na Procuradoria Regional do Trabalho, no Corredor da Vitória.
No encontro, a proposta do Sindicombustíveis Bahia, que representa as empresas, foi de reajuste salarial de 7,5% e de 16% na alimentação.
Segundo o secretário de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores dos Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba), Paulo Félix, os trabalhadores não aceitaram e fizeram uma contraproposta.
"Queremos reajuste de 10% no piso salarial e ticket alimentação de R$ 10 por dia. Em relação aos domingos trabalhados, o adicional atual é de 60%, nós pedimos 80% em 2014 e 100% para 2015", explicou.
Uma nova reunião foi marcada para esta quarta-feira, 6, às 14h, no mesmo local da primeira, para que novas propostas sejam apresentadas.
Em Salvador, boa parte dos postos está com as atividades paralisadas, mas outros seguem com atendimento normal. O representante do Sinposba voltou a acusar os donos de postos de "terrorismo psicológico", impedindo os trabalhadores de aderirem ao movimento.
"A gerente de um posto da BR-324 trancou os funcionários dentro de uma sala e ameaçou de (demissão por) justa causa. Os trabalhadores querem aderir ao movimento mas a gerente não deixa", revela Félix.
Em entrevista ao Portal A TARDE nesta segunda, o presidente do Sindicombustíveis Bahia, José Augusto Costa, rebateu as informações de terrorismo e acusou os representantes do Sinposba de coibir os trabalhadores.
"Não acredito que tenha acontecido. Cabe aos empresários conversar com os trabalhadores para irem trabalhar. Mas eles (representantes do Sinposba) estava passando com motos nos postos para ameaçar e agredir os funcionários. Nunca vi uma categoria fazer isto com seu próprio trabalhador", revela.
Já o presidente do Sinposba, Antônio José dos Santos, nega que esta situação tenha acontecido e defende a luta da categoria. "A adesão ao movimento está acontecendo por livre e espontânea vontade. Ele não esperava esta adesão dos trabalhadores, que ganham um péssimo salário e não têm nada a perder. Hoje está sobrando emprego no setor de combustíveis, porque o salário é péssimo", esclarece.