Famintos, doentes, alcoólatras, des memoriados, usuários de drogas ou até o sonhador, que veio tentar a sorte na capital. Eis a primeira impressão da população em situação de rua que frequenta os albergues em Salvador. Sim, eles carregam história de sofrimento, mas também trazem consigo sonhos e esperança de mudanças. Desejos imaginados entre quatro paredes de um quarto coletivo, com chão de barro vermelho, pouca tintura, infiltrações e poeira. Porém, um teto que oferece alimentação e abrigo, “muito melhor do que dormir na rua”, afirmam. Em um universo de quase 2,5 milhões de habitantes, eles representam menos de 1%.
No entanto, a baixa representatividade no grupo populacional da capital baiana não significa priorização no atendimento de políticas públicas ao longo dos anos. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes) estima uma população de rua em torno de 2 mil pessoas e a rede de assistência em casas de passagem oferecida pelo órgão atende 260 desabrigados em dois albergues (Casa de Passagem -Baixa dos Sapateiros e Albergue Noturno - Largo de Roma), ou seja, 13% deles. Há também o abrigo D.Pedro II, mas este destina-se somente para idosos e tem caráter permanente.
As casas de passagem, consideradas como acolhimento temporário tanto para população de rua, quanto para migrantes acima de 18 anos, carecem de estrutura. São infiltrações, janelas quebradas, chão de cimento, banheiros sem vasos sanitários com adaptações feitas no chão, como antigamente. Situação que tende a melhorar, junto com os números de atendimento, nos próximos três meses. Afinal, a prefeitura está reformando o albergue de Roma, que tem capacidade média para 140 pessoas e transforma dois galpões de Plataforma em casa de passagem.
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