Comércio informal toma os passeios da principal via da Pituba
Os passeios da Avenida Manoel Dias da Silva vêm sendo ocupados pelos ambulantes que dividem o espaço com o comércio formal. Ao longo das calçadas, onde estão lojas, supermercados, concessionárias, farmácias e oficinas, vendedores de todos os tipos de produtos improvisam seus pontos. Uns impõem presença de forma mais tímida. Outros, nem tanto. Se espalham e até utilizam estruturas fixas, a exemplo de toldos.
"A prefeitura poderia destinar um local específico para abrigá-los. Não que eu ache que eles atrapalham. Pelo contrário, até gosto desta mistura. Entendo que eles precisam ganhar o pão", opinou a assistente comercial Ana Paula Capistrano, que passa diariamente pelo local.
Se de um lado a presença dos camelôs proporcionam comodidade aos moradores que querem comprar produtos mais em conta, por outro, atrapalha o fluxo de pedestres que dividem o espaço com as barracas.
"As calçadas são largas, mas em alguns trechos a gente precisa se espremer ou passar pela rua, correndo o risco de ser atropelada, pois os vendedores ambulantes atrapalham a mobilidade. E piora quando os vendedores formais usam as calçadas para expor seus produtos", diz a promotora e vendas, Nilda Santos.
Esse não é o único obstáculo. Como a região concentra comércio e residências, é intenso o número de veículos que transita, mas as vagas são insuficientes. A reportagem flagrou inúmeros condutores infratores estacionando em cima da calçada. Entregadores de gás também pararam a motocicleta no espaço dos pedestres. Os transeuntes ainda têm que se desviar dos carrinhos de milho, pipoca, cachorro- quente e água de coco que ocupam o passeio.
"A falta de vaga para estacionar incomoda mais que a presença dos ambulantes, mas acho que as calçadas têm que ficar livre. Isso vale para os vendedores e para os motoristas mal-educados", argumenta Antônio Ferreira, gerente de uma loja na região.
Fiscalização - A convivência dos ambulantes não é tão pacífica com os comerciantes formais. Alguns não se sentem ameaçados com a presença deles, mas os que comercializam produtos semelhantes já manifestaram a insatisfação.
"O pessoal do supermercado não gosta. Eles nos proíbem de ficar na calçada e sempre que estamos por perto chamam o rapa para nos expulsar", contou a vendedora de panos de chão, de prato e flanelas, Sílvia Nascimento, 25 anos, e que há 13 trabalha nas calçadas e sinaleiras da Av. Manoel Dias.
A maioria dos ambulantes que atua na Pituba, assim como em outras áreas da cidade, a exemplo das proximidades dos shoppings Iguatemi, Salvador e Piedade, agem na clandestinidade. A Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp) informou, por meio de sua assessoria, que ações fiscalizadoras para coibir a atividade são realizadas rotineiramente. Segundo o órgão, as blitzes ocorrem dentro das possibilidades da prefeitura, que recentemente reduziu o número de veículos e o contingente de pessoal.