Amigos e parentes dos pais (de mãos dadas) do menino compareceram ao enterro
A polícia quer ouvir o engenheiro de produção Rafael Yokoshiro, de 30 anos, para esclarecer as circunstâncias da morte de seu filho, Guilherme Oliveira Yokoshiro, 5, que morreu depois de cair da janela do sexto andar do prédio Morena Residencial, situado na Rua Bertino de Carvalho, em Brotas, Salvador.
A tela de proteção estava cortada e uma tesoura escolar foi encontrada no local. Segundo a polícia, as imagens das câmeras do edifício mostram Rafael saindo à 1h40 da madrugada e voltando duas horas depois para casa. Nesse intervalo de tempo, ocorreu a morte.
A titular da 6ª DT (Brotas), Maria Dail, diz que é muito cedo para dizer o que realmente aconteceu, mas tudo indica que a criança pode ter acordado e, vendo que estava sozinha, se desesperou e cortou a rede da janela. "Segundo informações, ele (Guilherme) gostava de brincar de super-herói. Dizia que era Batman e tal, que voava", declara a delegada.
Maria Dail diz que nesta quarta-feira, 25, se reunirá com o perito criminal para saber se uma criança é realmente capaz de cortar a tela com uma tesoura escolar. Além disso, aguarda o pai para saber onde ele foi durante a madrugada.
As imagens também mostram que, cerca de dois minutos depois de retornar ao lar, o engenheiro sai desesperado do apartamento e vai em direção ao parque infantil, onde pega o corpo do filho e leva para casa.
"As imagens mostram ele indo com a criança para o apartamento e é quando os vizinhos ouvem os gritos 'socorro, socorro, meu filho'. Aí os vizinhos acordam e veem o que está acontecendo. Mas ninguém vê a criança cair. Infelizmente, a câmera não mostra", conta a delegada.
Conforme a delegada Maria Dail, calcula-se que a queda ocorreu entre 3h e 3h30 da madrugada.
Enterro
O corpo de Guilherme foi enterrado no final da tarde desta quarta no Cemitério Jardim da Saudade, em Brotas. Durante o sepultamento, Cristiano Gouveia, tio e padrinho do garoto, falou sobre o suposto motivo pelo qual o pai da criança saiu de casa, a relação entre pai e filho e a família.
"O que nós tomamos conhecimento é que o pai estava se queixando de dor nas pernas e foi procurar um serviço de emergência. Essa foi a motivação da saída dele", afirmou Cristiano.
Segundo ele, pai e filho tinham uma relação harmoniosa. Da mesma forma, os pais de Guilherme também tinham boa relação, conforme Gouveia. "Perfeito. Harmonioso. Sem observação negativa. Muito tranquilo".
Guilherme foi descrito pelo tio e padrinho como brincalhão, carinhoso, bom aluno na escola, em fase de alfabetização, e se dava bem com todos os familiares.