Cabines agora contam com sistema anticapotagem, utilizado para alinhar os ascensores em movimento
Depois de três meses, a professora aposentada Iara Borges, de 75 anos, pôde matar a saudade dos passeios no Plano Inclinado Gonçalves, na Praça da Sé. O equipamento voltou a funcionar nesta segunda-feira, 22, modernizado, com novos motores, casa de máquinas e subestação de energia.
Inaugurado em 1874, o ascensor continua com as mesmas cabines, mas dois novos motores substituíram os modelos antigos, o que facilitará a manutenção. Além disso, o equipamento passa a contar com uma subestação de energia para alimentar o sistema de controles, que foi automatizado.
Ao custo total de R$ 1,4 milhão, o investimento foi aplicado, também, no sistema de segurança dos ascensores, com freios instalados abaixo do chassis, assim como um controlador de velocidade, que, automaticamente, será acionado em caso de excesso.
Nesse quesito, as cabines de transporte passam a contar com um sistema anticapotagem, utilizado para alinhar os ascensores em movimento. Os bondes também foram adaptados com itens de acessibilidade, a exemplo de revestimento, comunicação visual e piso tátil.
Manutenção
O titular da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), Fábio Mota, explicou que o período fechado para manutenção ocorreu por conta da modernização do ascensor. Como as peças, tanto do motor quanto do gerador, eram antigas, havia necessidade de encomendá-las, argumentou.
"Sempre que se quebrava uma peça do motor ou do gerador, tínhamos problemas com a manutenção", disse Mota. "Era preciso tirar o molde da peça, enviar para confecção no Rio de Janeiro, aguardar o retorno, reinstalar e, por fim, colocar para funcionar", detalhou o secretário.
"Além da troca de motores, implantamos um sistema que automatiza a abertura das portas e os painéis de controle, por exemplo", continuou o secretário. "Com as mudanças, a manutenção é bem mais ágil e onera menos os cofres públicos", finalizou Mota.
45 dias grátis
O Plano Inclinado Gonçalves funcionará de forma assistida durante 45 dias, o que não exige a cobrança da tarifa de R$ 0,15 aos passageiros. Nesta segunda, dona Iara desceu da Sé para o Comércio e, sem ao menos descer da cabine, voltou para Cidade Alta, para apreciar a vista da Baía de Todos-os-Santos.
"Sempre gostei de andar no plano. Faz muita falta, quando fecha. Prefiro aqui ao Elevador Lacerda, que é muito abafado", avaliou a senhora santo-amarense. "Como já estou aposentada, utilizo mesmo a passeio, já que é viagem bastante agradável", completou.
Além dos benefícios aos passageiros, o funcionamento do ascensor traz expectativa de dias melhores para os comerciantes. "O Comércio gira em torno desse plano. Quando para, o movimento cai uns 80%", calcula o comerciante Paulo Damasceno, 32 anos.