Ponte sobre o rio Jaguaribe (3ª ponte) tem desgaste
Um levantamento feito pela regional baiana do Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco-BA) aponta deterioração na infraestrutura de 20 equipamentos públicos e imóveis de Salvador.
>>Governo informa, por nota, que está ‘atento’
Batizado de Prazo de Validade Vencido, o documento, divulgado na quarta-feira, mostra o resultado da avaliação de pontes, viadutos, passarelas, estação elevatória e outras edificações.
Itens avaliados no estudo atual
Passarela do Jaguaribe; Ponte do Jacuípe Ponte sobre o rio Jaguaribe (3ª ponte); Tubulações no Imbuí; Viaduto da Contorno; Viaduto Rômulo Almeida; Viaduto do Bonocô; Viaduto do Sesc; Viaduto do Campo Santo; Viaduto São Jorge; Viaduto do Canela; Viaduto Padre Feijó; Viaduto do Aquidabã; Viaduto da Reis Católicos; Viaduto do Campo Grande; Estação Elevatória do Louro (Stella Maris); Igreja do Bonfim Centro Histórico (tombado). Enchentes; e Pavimento Av. Octávio Mangabeira
O trabalho traz, ainda, outros 14 pontos identificados em levantamentos anteriores, que agora foram reavaliados. Houve melhora apenas em uma estrutura.
Itens avaliados no estudo anterior
Túnel Américo Simas; Complexo Viário dos Fuzileiros Navais; Viaduto Gabriela; Viaduto Mascarenhas de Moraes; Viaduto Vale do Ogunjá; Viaduto Marta Vasconcelos; Viaduto Joana Angélica; Viaduto dos Engenheiros; Viaduto da Fonte Nova; Viaduto de Nazaré; Canal do rio Camurigipe; Canal da Av. Juracy Magalhães; Passarela Brasilgás; Viaduto do CIA
Todas as 34 estruturas, segundo o presidente da regional baiana do Sinaenco, Carlos Alberto Stagliorio, foram escolhidas “aleatoriamente”, e o principal problema encontrado está relacionado às estruturas metálicas.
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equipamentos estão em situação mais grave, segundo o estudo: ponte sobre o rio Jaguaribe, tubulações no Imbuí e viaduto próximo à Arena Fonte Nova, em Salvador, e uma ponte sobre o rio Jacuípe, em Camaçari
Dentre os itens avaliados, quatro estão em situação mais grave, segundo o especialista. A primeira delas, uma ponte sobre o rio Jaguaribe, tem armaduras expostas e em estágio avançado de corrosão, além de concreto de proteção em péssimo estado.
A segunda, uma ponte sobre o rio Jacuípe, na Estrada do Coco, exibe sinais de infiltração. O concreto de proteção também foi avaliado como em péssimo estado e há ferragens expostas.
Tubos e viaduto
O terceiro item, no bairro do Imbuí, mostra tubulações com pilares de sustentação rompidos.
A quarta estrutura, um viaduto nas proximidades da Arena Fonte Nova, apresenta rachaduras e fissuras na estrutura de concreto armado.
Para Stargliorio, três fatores costumam causar a deterioração: a influência do clima de Salvador, falta de manutenção ou problemas na própria obra.
No entanto, ele frisa que é necessário fazer uma análise de cada equipamento para identificar as causas e como recuperar.
“O salitre ataca o concreto. Se o concreto não for muito impermeável, não tiver uma espessura adequada, ele penetra e ataca as ferragens. Quando as estruturas metálicas são afetadas, além de corroer, acaba inchando os produtos que ele forma lá dentro. E, quando incha, acaba derrubando o próprio concreto”, diz Stargliorio.
Alerta
O objetivo, destacado no próprio documento, é “alertar” autoridades e a sociedade sobre “a urgência e a importância da adoção por parte dos órgãos públicos das esferas federal, municipal e estadual de uma política permanente de manutenção”. Segundo o presidente do Sinaenco-BA, “queremos fazer entender que é necessária a manutenção”.
Casarões
Com relação ao trabalho atual, há uma avaliação, também, de casarões do Centro Histórico, região com muitos imóveis abandonados e degradados que precisam de manutenção. E um olhar sobre o que o Sinaenco chama de “enchentes”, referindo-se a alagamentos nos períodos de chuva.
O levantamento atual será encaminhado, segundo o sindicato, para a prefeitura e o governo do estado. “Vamos recomendar que os governos verifiquem isso. Se acharem conveniente, que estendam esse levantamento e que, dentro do planejamento financeiro, verifiquem quais são as prioridades”, afirma Stargliorio.
Esta é a terceira edição do levantamento, que já foi feito nos anos de 2006 e 2008 pelo sindicato, que representa mais de 33 mil empresas em todo o país (duas mil delas na Bahia) – oferecendo serviços de planejamento, estudos, planos, pesquisas, entre outras atividades relativas à arquitetura e à engenharia.
A TARDE procurou a prefeitura da capital, mas, até o fechamento da edição, não teve resposta de assessores.
Estádios
Em 2007, o Sinaenco nacional fez um quarto trabalho: uma comparação de 29 estádios do país. À época, o da Fonte Nova foi considerada o pior.
O resultado foi divulgado em 1º de novembro daquele ano. No dia 25 do mesmo mês, parte da arquibancada da Fonte Nova desabou, matando sete pessoas.