Manifestantes tomaram as ruas do centro
Militantes de partidos de esquerda, membros de centrais sindicais e de organizações de movimentos sociais de Salvador foram às ruas novamente, na tarde desta sexta-feira, 19, pedir a renúncia do presidente Michel Temer (PMDB), gravado pelos donos da holding J&F em uma delação premiada controlada pela Operação Lava Jato e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com um dos coordenadores da Frente Brasil Popular, Walter Takemoto, oito mil pessoas participaram da manifestação, que percorreu as ruas do centro da capital baiana, entre a praça do Campo Grande e a Praça Municipal.
A Polícia Militar (PM-BA), questionada pelos jornalistas, disse no local que não tinha como estimar o público do protesto.
Com faixas e cartazes pedindo eleições diretas, o grupo, que inicialmente era pequeno, foi ganhando corpo no percurso. Mais tarde, já à noite, servidores do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação) também caminharam pelo centro pedindo a saída de Temer do cargo.
OAB pede diretas
Os atos políticos contra o presidente peemedebista aconteceram no mesmo dia em que o Conselho Pleno da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) aprovou por unanimidade uma moção pelo impeachment dele.
O encaminhamento, de acordo com nota da entidade jurídica, será enviado ao Conselho Federal da OAB.
A alternativa defendida pela seção baiana da instituição é a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para a realização de eleições diretas após o impedimento.
A posição, confirmada com a presença do presidente da entidade, Luiz Viana, será apresentada sábado, em Brasília, em uma reunião extraordinária do Conselho Federal da OAB.
Durante manifestação, carro de som citava políticos baianos que votaram a favor das reformas (Foto:Margarida Neide)
Baianos envolvidos
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores na Bahia (CUT-BA), Cedro Silva, “é só questão de tempo” a queda do governo Temer. Na avaliação do sindicalista, “o governo acabou, pois não tem mais base aliada”.
Cedro defende, ainda, que a caravana que as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo levarão a Brasília na próxima quarta-feira, 24, será “o ponto central da derrocada” do peemedebista.
A expectativa, segundo ele, é que mais de 100 mil pessoas ocupem a capital federal neste dia.
Nesta sexta, durante a manifestação contra o governo, um carro de som citava baianos que votaram a favor das reformas trabalhista e da Previdência, criticada pelos manifestantes.
Não escaparam do protesto os nomes do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima (PMDB) e do deputado federal João Carlos Bacelar (PR), ambos citados na delação da JBS.
Bacelar, de acordo com Joesley Batista, vendeu votos a favor do impeachment de Dilma Rousseff.