Estimativa é ampliar a movimentação de passageiros no aeroporto
Os primeiros investimentos obrigatórios a serem feitos no Aeroporto Internacional de Salvador pela companhia francesa Vinci Airports, a nova gestora do equipamento, estão previstos para ocorrer a partir de junho deste ano. No entanto, a empresa tem até outubro de 2019 para finalizar esta primeira parte das exigências contratuais.
Dentre as ações iniciais previstas para a concessionária que ficará responsável pela gestão do equipamento pelos próximos 30 anos, está a ampliação da capacidade do terminal de passageiros, do pátio de aeronaves e das vagas de estacionamento.
Desde 2/01 e por meio de concessão, a Vinci assumiu o lugar da Infraero para gerir o aeroporto apontado em pelo menos duas pesquisas como um dos piores terminais do país e alvo de críticas do trade turístico e dos próprios usuários.
Uma nova pista de pouso e decolagem, por exemplo, só está programada para ser construída em uma segunda fase, no período de outubro de 2019 a outubro de 2021. Ela permitirá, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que a capacidade do aeroporto passe de 28 para 61 movimentações de aeronaves por hora.
A estimativa prevista é que, ao final da concessão em 2047 (prorrogável por mais cinco anos), o aeroporto quadruplique a movimentação de passageiros de 2015, quando foram registrados 9 milhões de usuários por ano, chegando, assim, a 36,9 milhões anuais. Já o investimento total por parte da companhia está estimado em R$ 2,35 bilhões. Estas informações sobre ações e prazos constam no cronograma de investimentos e obras publicado no site da Anac.
Problemas
A reportagem esteve no aeroporto, na última quinta-feira, 11, e constatou problemas na estrutura. Duas escadas rolantes não funcionavam. Um banheiro estava fechado para manutenção com uma placa que exibia a presença da Vinci no local. Uma passagem superior entre o estacionamento e o terminal estava fechada e parte do teto do desembarque estava aberto e uma goteira molhava o piso do local.
Uma das escadas rolantes entre dois pavimentos não funciona (Foto: Mila Cordeiro | Ag. A TARDE)
Apesar de já ter assumido o comando, a empresa ainda está em uma fase de "operação de transição", sob supervisão da Infraero. É somente após junho deste ano que assumirá, de fato, a operação do terminal.
A TARDE questionou a Infraero qual avaliação ela fazia dos problemas do equipamento, ao sair da administração. No entanto, ela não respondeu e ressaltou que a reportagem deveria contatar a Vinci.
Procurada, a companhia francesa informou que "atuará com foco na melhoria da qualidade de serviços, geração de tráfego aéreo e estímulo de atividades não relacionadas à aviação, desenvolvendo as áreas comerciais no terminal". Sobre as ações, se limitou a informar que "as prioridades a curto prazo" incluem a instalação de Wi-Fi de alta velocidade, "melhorias" nos banheiros, no sistema de ar condicionado e na sinalização.
"Alterações estruturais significativas também serão realizadas ao longo do tempo, incluindo obras nas duas pistas existentes e na área de abastecimento das aeronaves, além da renovação do atual terminal de passageiros. Grandes trabalhos de expansão serão finalizados nos primeiros quatro anos da concessão", ressaltou, em nota, a Vinci, sem, no entanto, detalhar como e quando serão feitas as obras.
Goteira na área do desembarque deixa piso molhado (Foto: Mila Cordeiro | Ag. A TARDE)