A avenida ACM acumula 4,94% dos registros
Com 104 acidentes nos cinco primeiros meses do ano, a avenida Luís Viana Filho (Paralela) é a mais perigosa para os condutores da capital baiana, seguida pela ACM (Antônio Carlos Magalhães), que teve 79 ocorrências, de acordo com dados da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador).
Juntas, as duas concentram 11,44% dos 1.598 sinistros registrados pelo órgão de trânsito, de janeiro a maio de 2018. Os acidentes na Paralela correspondem a 6,5% do total, enquanto a ACM acumula 4,94% dos registros.
Em relação ao número de mortos no trânsito, no acumulado de janeiro a abril – maio ainda não foi contabilizado pela Transalvador) – das 43 vítimas na capital quatro perderam a vida na Paralela. Já os acidentes na avenida ACM causaram a morte de outras três pessoas.
No comparativo de janeiro a maio de 2017, período no qual foram registrados 1.844 acidentes, houve uma redução de 13,3% no cômputo geral. Por sua vez, o número de mortos subiu 7,5% em relação aos 40 óbitos no intervalo registrado pelo órgão de trânsito.
Imprudência
A morte mais recente na Paralela foi a do instrutor da Escola Pública do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Nemo Carlos Ferreira Santana, que seguia de carona no veículo que se envolveu em um acidente na altura do Parque de Exposições, sentido aeroporto, no fim de maio passado.
Quem costuma utilizar a via de 14 quilômetros (km), a exemplo da servidora pública Lúcia Carvalho, 46 anos, reclama da imprudência dos condutores. Ela afirma que, apesar da presença de radares, eles abusam da velocidade, ultrapassando o limite de 80 km por hora.
Moradora da cidade de Lauro de Freitas (Grande Salvador), a condutora trafega diariamente pela avenida para ir ao trabalho. "Não vou dizer que são todos, mas tem condutores que excedem a velocidade, dão fechadas nos outros. Foi assim que aquela moça morreu outro dia", disse.
A "moça" a qual se refere a servidora era a assistente social Ana Carolina Andrade, 32 anos, cujo carro foi atravessado por uma proteção metálica após a vítima ser fechada no trânsito. Ana Carolina, que voltava do pediatra com o marido e filho de 3 meses, morreu na hora.
Excessos
Uma das mais sinuosas da cidade, a avenida ACM também é palco de condutores que abusam da velocidade, sobretudo nos finais de semana. É o que observa o chefe de pista Antônio Carlos, 38 anos, que trabalha em um posto de combustíveis próximo à Embasa, no Rio Vermelho.
De acordo com o trabalhador, as madrugadas de sexta a segunda-feira costumam ser as mais violentas no trânsito da região. "A gente cansa de ver carro cair no canal, com motoristas que beberam a noite toda", testemunha, ao referir-se ao rio Lucaia.
O administrador Rodrigo Bonfim, 53 anos, que utiliza a via diariamente para ir ao trabalho, em Ondina, diz que jovens motoristas costumam apostar corridas na avenida. "Quem passa por aqui de madrugada, cansa de ver. Eles põem as próprias vidas e as dos outros em risco", lamenta.