Os docentes deflagraram greve desde a manhã desta quarta-feira, 11
Os professores da rede municipal de ensino de Salvador decidiram manter a greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia realizada na início da noite desta quarta-feira, 11, após reunião entre representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) e da prefeitura.
Segundo a diretora administrativa da APLB, Elza Melo, a reunião não trouxe nenhum avanço na negociação. Cerca de 2 mil professores participaram da assembleia, realizada no Ginásio dos Bancários, na ladeira dos Aflitos.
Uma nova discussão entre os docentes ocorrerá na próxima terça, 17, para definir os rumos do movimento. A ideia é reavaliar o cenário para indicar se a paralisação continua ou não. Antes, na segunda, 16, eles farão uma caminhada da Rótula do Abacaxi até a região do Shopping da Bahia.
Reivindicações
A categoria pede um reajuste salarial de 12,41%, já que, segundo o sindicato, há 3 anos não recebem nenhum reajuste. Eles pedem ainda aumento do tíquete-alimentação de 10% e melhores condições de trabalho. De acordo com Elza Melo, além dos reajustes, há também reivindicação pela mudança de nível dos docentes e a eleição de diretores.
"Há quatro anos que não acontece a mudança de nível, ou seja, o professor se especializa, se aprimora, mas continua recebendo como graduado. Os encargos estão acumulados e não há nenhuma menção de pagar", afirmou ela, acrescentando que "entre os pedidos majoritários está também as eleições para os nossos diretores. Aqueles que ocupam os cargos agora foram por indicação e não eleitos por nós. Já tem um ano que não ocorre eleições. Isso não é democracia", disse.
Conforme a diretora administrativa da APLB, houve uma rodada de negociação com a prefeitura na terça, 10, mas sem acordo entre as partes. "Eles até deram uma contraproposta de 2,5% de reajuste no salário, mas não queremos isso", afirmou.
Ainda de acordo com Elza , a greve foi avisada aos alunos. Uma carta direcionada aos pais e estudantes foi disponibilizada no site do sindicato da categoria (confira a íntegra abaixo). No dia 16 de maio, os professores paralisaram as atividades por 24h.
Prefeitura se posiciona
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) informou que orientou o funcionamento normal das unidades de ensino e que compreende o movimento como precipitado, já que a negociação está em andamento.
A prefeitura ainda disse que existe "proposta de aumento real para a categoria e que a valorização dos professores é uma política implementada desde o início da primeira gestão de ACM Neto. Um exemplo disso é o aumento registrado na média salarial da categoria, que passou de R$ 4.826,71 para R$ 6.431,13, representando um incremento de 33,24%".
Conforme o órgão municipal, com a greve, 142 mil estudantes são os principais prejudicados com o movimento, além de compreender o ato como "político partidário".