José Loreto teve que perder peso para interpretar lutador do UFC
Conhecido por fazer personagens ingênuos em novelas, José Loreto mostra outra faceta de atuação em Mais Forte que o Mundo - A História de José Aldo, no papel do lutador campeão e ídolo do UFC José Aldo.
Fazer parte do projeto não foi tão simples. Após ser convidado pelo diretor Afonso Poyart para fazer o teste, Loreto demonstrou toda a vontade em ser o protagonista.
"Mesmo antes de passar no teste eu já tinha decidido que seria o José Aldo (risos). Encarei o filme, desde o início, como se fosse a minha disputa pelo cinturão. Que bom que deu muito certo", revela, em entrevista por e-mail.
Loreto conviveu dois anos com Aldo, treinando na academia dele. "Queria saber quem ele era de verdade, não só o lutador que aparece para todo mundo. A minha admiração por ele como atleta só aumentou", afirma. A convivência acabou gerando uma amizade com Aldo, a quem o ator chama de irmão.
Mas não foi tão fácil interpretar um lutador. Loreto, que já é faixa preta em judô, teve que treinar também MMA, submission, wrestling, muay thai e boxe, estilos que Aldo também domina. Eram quatro horas diárias de treinos, de segunda a segunda, sem descanso.
"Emagreci 5 quilos para o filme, perdi gordura, cheguei a 2% de gordura corporal, fiquei seis meses sem comer direito!", destaca. O excesso de realidade durante as filmagens também fez o ator quebrar o pé e cortar a mão em uma cena em que quebra o espelho com um soco.
Além dos aspectos físicos exigirem muito, Loreto considerou um desafio interpretar um ídolo do esporte que ainda está vivo, é diferente fisicamente dele e mais jovem. "Tudo foi muito difícil, mas as dificuldades me estimularam ainda mais a contar essa história", afirma.
Pai violento
Uma das questões centrais do filme é a relação de José Aldo com o pai, interpretado por Jackson Antunes, um homem violento e alcoólatra. "Talvez o mais duro tenha sido ter esse pai, interpretado brilhantemente pelo Jackson (Antunes), que é um vilão, mas também é herói. Porque é muito diferente pra mim, o meu pai é só herói", diz.
Durante as filmagens, Loreto se deu bem com Antunes. "Não poderia ter tido um pai melhor na ficção. Ele me abraçou dentro e fora das filmagens. Um cara por quem eu já tinha muita admiração e agora tenho mais ainda. Ele me ajudou muito a construir essa relação", revela.
E José Aldo aprovou o resultado. "Todas as cenas com o meu pai trouxeram uma emoção muito grande, tudo o que eu fiz, que passei e o que eu tentei ser na minha vida foi graças a ele. Falar dele, lembrar tudo o que a gente viveu junto e ver isso no cinema é uma emoção muito grande", diz, com lágrimas nos olhos, após assistir pela primeira vez ao filme pronto.