Longa tem diversas apresentações musicais de Elis
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A voz potente ecoa na sala de cinema logo nos segundos iniciais da projeção. Contra a luz, vemos a silhueta da gaúcha Elis Regina (Andréia Horta) cantando Como Nossos Pais, um dos grandes sucessos populares da cantora.
A partir dali, vamos acompanhar pelos 115 minutos a história daquela mulher que ficou marcada pela personalidade forte, que lhe rendeu o apelido de Pimentinha, e a voz inigualável.
O longa acompanha desde o início do sonho de ser cantora no Rio de Janeiro, onde chega com o pai (Zecarlos Machado) em pleno 1º de abril de 1964, até a derrocada, em 1982, quando faleceu.
Atores se destacam
O elenco é o grande trunfo do longa. Andréia Horta é Elis Regina. Tanto nos trejeitos, quanto na forma de cantar - as músicas foram dubladas. O diretor também fez uma escolha acertada com todos do elenco. Gustavo Machado (Ronaldo Bôscoli) surpreende, assim como Lúcio Mauro Filho (Miéle) e Ìcaro Silva (Jair Rodrigues).
Júlio Andrade, que já se destacou vivendo Gonzaguinha e Paulo Coelho, interpreta o professor de dança americano Lennie Dale e é um assombro cada vez que aparece - mesmo que poucas vezes. Caco Ciocler, que vive César Camargo Mariano, pouco acrescenta, pois o personagem é retratado de forma apática.
Já o roteiro falha por conta dos excessivos números musicais. Andréia Horta canta diversas músicas, quase na integra. Se por um lado, ouvir Elis Regina nunca é demais - e a atuação de Horta, não me canso de repetir, é excelente -, do outro, acaba fazendo o filme perder um pouco do ritmo.
Essas apresentações musicais acabam funcionando para demarcar as fases da cantora e os acontecimentos que vêm a seguir. Porém, quem não viveu na época ou não conhece a fundo as fases da cantora, acaba se perdendo, sem embarcar muito na história. Mesmo com esses problemas, Elis é uma homenagem emocionante e impactante, bem à altura da Pimentinha.