O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que o Brasil encara "com bons olhos" a disposição da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de iniciar um processo de adesão do País a seus quadros. Mas observou que a ampliação do número de países associados à entidade deve incluir também outras grandes nações emergentes, como Índia e China. Além disso, afirmou que as condições exigidas desses países, em áreas como abertura para investimentos e reformas estruturais, não devem ser as mesmas dos atuais trinta membros, considerados os mais industrializados do mundo.
Amanhã, no encerramento de sua reunião ministerial, a OCDE deve formalizar convites de associação para um pequeno grupo de países, entre eles Chile, Rússia e Israel. Será também oficializada a intenção da entidade de "aprofundar a cooperação" com o Brasil, Índia, China e África do Sul.
O governo brasileiro ainda avalia os prós e contras de uma entrada na OCDE, que é conhecida também como "clube dos ricos". Ele quer evitar uma adesão isolada do Brasil, que prejudique sua liderança em grupos de países emergentes, como o G-20 ou G-77. O México, ao se associar à entidade em 1994, perdeu sua influência junto aos movimentos de países em desenvolvimento.
Amorim deixou claro que o maior interesse é da OCDE. "O Brasil não está buscando selo de qualidade, pois já o tem", disse Amorim.