Júlia Romano é dona da Tune Store, uma lojinha virtual de bijus que só funciona pelo Instagram
Começar algum tipo de negócio pode parecer difícil e com muitas questões burocráticas para resolver, mas com a tecnologia e novas ferramentas disponíveis na palma da mão, isso se torna menos complicado. Entre muitas plataformas que podem ser usadas por quem está pensando em empreender, o Instagram tem como objetivo atrair esse público e permite ações que o tornam convidativo.
Existe o Instagram for Business, funcionalidade para negócios, em que o usuário muda o seu perfil pessoal para comercial e tem acesso à análise de dados de todos os posts, engajamento, quantidade de visualizações e dos seus seguidores, como idade, localização e gênero.
No entanto, não é só criar uma página e colocar os produtos lá, existem alguns cuidados que devem ser levados em consideração. O analista do Sebrae, Diógenes Silva, explica que o principal é o relacionamento com os seguidores. "O empreendedor deve estar sempre atento à interação da página, buscar responder todos os comentários, mensagens e postar conteúdos além de produtos, para causar interesse", diz.
Júlia Romano abriu sua loja de acessórios no Instagram, a Tune Store (@tune.store), há um ano e meio. Formada em engenharia têxtil, a ideia surgiu de um desejo de trabalhar com a moda. "Sempre gostei da área, trabalhei dez anos em confecção e bijuterias é algo que me interessa muito", conta. Na época, o investimento foi de R$ 7 mil e em oito meses esse valor foi recuperado, mas é possível iniciar um negócio na plataforma por bem menos ou quase nada.
Para começar, Júlia comprou uma câmera fotográfica boa e fazia as primeiras fotos, pois sempre teve uma preocupação com a estética da página. Mesmo hoje, ainda não se diz especialista no assunto, mas já aprendeu e evoluiu bastante. "Não é a minha área, mas eu vou procurando estudar para o negócio ter um bom retorno, que ainda não é alto, para que eu possa trabalhar só com ele no futuro", diz Julia, que fatura cerca de R$ 4 mil por mês com a Tune.
Há oito anos, Louise Vergasta trabalha com vendas na internet. Mas no Instagram ela só entrou no final de 2015, quando observou um movimento de novas empresas surgindo na plataforma. A loja que leva o seu sobrenome, Vergasta (@vergastas), é focada em camisetas com estampas divertidas.
Como é formada em ciências contábeis, a parte administrativa do negócio ficou mais fácil de ser gerenciada. Louise cuida de tudo: planejamento, tabelas, fornecedores, plano de risco, e se preocupa muito em manter a qualidade das peças, sem aumentar o preço. "Já cheguei a faturar R$ 12 mil em períodos bons. As peças variam de R$ 39 a R$ 69".
"Ótimo retorno"
Após perceber um potencial na plataforma, Júnior Rocha, conhecido entre músicos baianos, estudou moda, faz produção para Margareth Menezes há dez anos e decidiu criar a sua própria marca, a Meninos Rei (@meninosrei), com seu irmão Céu Rocha, porque sentiu uma carência na moda masculina. "O negócio ainda é novo no mercado, tem quatro anos, quero muito ter uma loja física, mas o Instagram me dá um ótimo retorno", analisa.
Para convencer que é um bom negócio, a rede, em pesquisa interna, revela que mais de 2 milhões de anunciantes no mundo usam a rede para compartilhar suas histórias e gerar resultados comerciais e um terço das histórias mais visualizadas são de empresas.
Muito forte na rede, elas estão sempre presentes nos negócios que funcionam por lá. Dessa forma, ninguém trabalha sozinho. Júnior, por exemplo, tem parceria com fotógrafos, maquiadores, agências de modelos e outras lojas para as suas produções de editoriais e eventos. A prática dá ainda mais certo porque no Instagram cada um tem a sua página e há marcações nas fotos e vídeos publicados por parceiros, o que agrega valor ao serviço ou à empresa.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló