Daniela conta que junho é o melhor mês do ano para as vendas do Bolos das Meninas
O comércio varejista baiano vai aumentar as vendas de 2% a 3% este mês, em relação ao mesmo período do ano passado, indica a projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA). No interior e na capital, o São João aquece o setor de comida e bebida, onde os empreendedores esperam elevar em até 80% as vendas, na comparação com junho de 2017.
A empreendedora Daniela Veloso, da Bolos das Meninas, afirma que junho é o principal mês de venda para o negócio, voltado para a produção e comercialização de bolos. Nos dias 22 e 23, que antecedem a comemoração do São João (24), ela alcança o resultado diário de 1.500 bolos vendidos, número quase quatro vezes maior que a média de 400 vendas diárias da empresa.
“O São João é o maior momento de venda dos bolos. O mês junino eleva as vendas em pelo menos 80%, na relação com os outros meses do ano. Os sabores que têm maior saída nesta época são os de aipim, carimã, milho verde e tapioca. Sabores que são típicos dos festejos”, conta Daniela.
O tradicional sabor da tapioca, presente em várias receitas típicas juninas, foi agregado com o doce de ambrosia na produção de um bolo lançado para o São João deste ano. A nova variação de bolo faz parte do planejamento estratégico feito por Daniela para elevar as vendas do mês.
O planejamento do negócio não ficou restrito aos sabores dos bolos. O aumento da demanda de bolos faz com que Daniela tenha que organizar a lógica de funcionamento da frota responsável pelas entregas nos domicílios, atualmente formada por dois carros e uma moto da empresa.
A empreendedora Márcia Moraes conhece bem a logística de trabalho com o aumento da demanda por bolos no São João. Há um ano e meio, depois de deixar o emprego em um shopping da cidade, ela resolveu mergulhar de cabeça na produção e venda de bolos e tortinhas, preparados na sua residência, em Brotas.
Batizado de Doce Vício, o micronegócio de Márcia tem a média de venda de 30 bolos e 240 tortinhas por semana. Ela estima que este mês, por causa das celebrações juninas, as vendas devem crescer 50%, na relação com o mesmo período de 2017.
“Os bolos de tapioca e carimã são os mais solicitados. O aumento da demanda exige o cuidado com a correta compra de ingredientes utilizados na produção dos bolos, assim evito ter que ir ao mercado toda hora”, diz Márcia.
Dono do Licor de São Félix, Iran vende para mercados de Salvador (Foto: Raul Spinassé l Ag. A TARDE)
Aproveitar a Copa
Para o economista Fábio Pina, da Fecomércio-BA, os empreendedores do setor de comida e bebida podem aproveitar a Copa do Mundo como motivação para o consumo de bolos e outros alimentos vendidos nesta época de São João.
“A economia do país sofreu com a última e recente greve dos caminhoneiros, que impactou nas projeções de venda do São João. Por outro lado, ao olhar para a Copa do Mundo, encontramos uma boa oportunidade para a venda de itens, como o bolo, o amendoim, entre outros alimentos que servem para receber visitas e acompanhar os jogos”, explica Pina.
O economista reforça que o empreendedor pode aproveitar o São João e a Copa do Mundo com temáticas que tragam o verde e o amarelo para elementos como a fogueira, a quadrilha junina, as bandeirolas.
O empresário Iran Ferreira, dono do Licor Caseiro de São Félix, negócio voltado para a fabricação e venda de licor, afirmar ter 99% do foco de venda no São João, mas reconhece que a Copa é um incremento para a saída das garrafas da fábrica, localizada na cidade de São Félix.
“A organização do negócio é para o período do São João, que começa em março e vai até o fim de junho. O licor é um produto junino, mas eventos como a Copa podem favorecer as demandas de julho, momento em que as vendas começam a descer”, conta Iran.
O contato para as vendas do licor de São Félix é feito com a ajuda do telefone e das redes sociais. Depois do período junino , Iran passa os outros meses do ano na parte de organização para as vendas do próximo ano.
“Um cliente físico e outro consome o licor nos meses que estão fora do nosso tempo junino, mas este não é o público responsável pela maior vendagem. A gente faz a organização para mandar o licor para os supermercados, a maioria de Salvador”, diz.
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló