Lys Imbassaí e Carolina Castro, da The Finds, apostaram na ideia de acolher os clientes
Quem nunca passou por uma loja de roupas e ficou encantado com as vitrines, paredes coloridas e iluminação? E mais: quem nunca resolveu dar uma olhadinha nas peças do estabelecimento por causa da decoração?
A verdade é que nos ambientes comerciais a decoração pode ser um importante elemento para atrair ou afastar clientes. Por conta disso, arquitetos e designers encontram o desafio de dar identidade, conforto e, principalmente, valor aos produtos que são vendidos nestes locais.
Diferentemente da decoração de ambientes domésticos, espaços comerciais pedem mais criatividade. Isso acontece porque, no caso de uma loja, por exemplo, o projeto não é feito para agradar apenas a uma pessoa e, sim, ao público-alvo do estabelecimento.
“O projeto comercial tem que ter personalidade porque várias pessoas vão ter acesso a ele. É necessário colocar um conjunto de símbolos para criar uma identidade no local”. É o que diz o arquiteto Roberto Leal Neto. Segundo ele, para começar a decorar uma ambiente comercial é ideal pensar no público que se deseja atingir, na iluminação do local e na exposição dos produtos.
Na loja Adrielle Calçados, no Shopping da Bahia, o arquiteto optou por um projeto harmonioso. Por meio da iluminação e do tom branco, ele conseguiu dar destaque aos produtos do estabelecimento. Além disso, a utilização de espelhos também contribui para aumentar a sensação de conforto da loja.
Na loja de roupas The Finds, no Rio Vermelho, a design de interiores Nathália Velame preferiu mesclar a decoração de uma casa com as roupas vendidas no local. O estabelecimento, que fica em rua quase escondida, apostou na ideia de acolher clientes. “Nossa ideia não era ser uma loja para o público passante. Quem vem comprar aqui já nos conhece”, diz uma das proprietárias da The Finds, Carolina Castro.
Foi com o objetivo de atrair o público jovem e antenado que a design optou por não fazer muitas mudanças físicas na casa de 300 m² que abriga a loja. Para se ter ideia, a entrada no estabelecimento é uma cozinha integrada com mesas, cadeiras e poltronas coloridas. Móveis e materiais que foram reaproveitados também compõem o ambiente.
Já as roupas que vão ser vendidas ficam expostas em araras e em varais coloridos. O chão verde, feito de grama sintética, ajuda a deixar o espaço mais descolado. Para Nathália Velame, toda essa decoração contribui para que os clientes sempre voltem ao local. “As pessoas não sentem a vontade de voltar para um ambiente muito frio. A gente criou esse espaço para que o cliente sempre queira ficar na loja”, conta.
Materiais alternativos
As arquitetas Thaís Braga e Mariana Sampaio utilizaram materiais alternativos para decorar três lojas de moda feminina da marca Boah. Conciliando o estilo descolado das roupas com o ambiente, elas usaram piso de cimento, gesso e iluminação para favorecer as peças expostas.
Nas paredes, as arquitetas optaram pelo branco. “Criamos um universo para que o produto que está sendo vendido ganhasse destaque”, conta Mariana Sampaio. De acordo com a arquiteta, o ideal é fazer uma espécie de casamento entre as peças da loja e a decoração.
Decore pensando em seus clientes
Tempo - Como os ambientes comerciais não podem ficar muito tempo fechados, a pressa pode ser a maior inimiga na hora de decorar uma loja. Por isso, o ideal é optar por materiais mais práticos
Público-alvo - Antes de começar a decorar, o dono do estabelecimento deve fazer uma pesquisa de mercado para conhecer mais seu público-alvo e apostar em itens atrativos para ele
Materiais inusitados - Alguns objetos e materiais inusitados, como os paletes, podem ajudar a deixar o ambiente mais alternativo e moderno. Pode abusar da criatividade
Exposição de roupas - É necessário ter cuidado com a exposição das peças. O arquiteto Roberto Leal Neto sugere que os produtos vendidos fiquem sempre visíveis aos clientes
Ambientação - Uma ideia é aproveitar a coleção das roupas para ambientar a loja. Por exemplo, se a coleção for da década de 90, dá para inserir alguns objetos da época no local
*Estagiária sob supervisão da editora Cassandra Barteló