Projeto do arquiteto Gabriel Magalhães: "É importante desmistificar
As cores têm o poder de impactar no dia a dia das pessoas de inúmeras formas, podendo alterar o seu estado de espírito. Dentro de casa não podia ser diferente. A decoração do ambiente onde se vive pode influenciar muito na personalidade e sensações que se quer ter em casa.
De acordo com o arquiteto Gabriel Magalhães, é importante desmistificar a ideia de que o uso de cores torna o ambiente infantil ou que só uma parede pode ser pintada de uma cor mais vibrante. Ele defende que, se forem utilizadas de forma coerente, não tem certo nem errado.
Lena Vidal costuma ir fundo com cada cliente para entender melhor sobre ele e só a partir daí escolhe as cores que vão predominar na casa. "Às vezes me pedem tal cor, mas não sinto firmeza na decisão, então tento extrair o máximo da pessoa, para entender os seus gostos e o que realmente ela quer", conta.
"É muito difícil determinar se uma cor é boa ou ruim, porque na verdade é um processo muito pessoal, depende do momento que ela está passando", diz a arquiteta Patrícia Putz, que uniu a arquitetura e a ciência noética, que estuda os fenômenos subjetivos da consciência, mente e espírito.
Segundo ela, as cores influenciam de acordo com a predisposição de cada um e acentuam a personalidade. Algumas cores não são tão legais. O cinza por exemplo, seria uma das piores, pois pode contribuir com a tristeza em caso de depressão. "Até as melhores cores, como o rosa, que reflete compaixão, tem algo de submissão nela, e para quem já tem uma predisposição a isso, é ruim", explica.
Ambientes coloridos
Em seu projeto, Gabriel Magalhães optou por ambientes bem coloridos, e é o que acontece normalmente quando seu cliente dá essa liberdade: "A parede toda azul dá a sensação de continuidade do spa para o homem, e esse tom mais escuro foi para criar um clima mais intimista". Para os quartos, ele alerta que deve ter mais cuidado, porque é onde se busca relaxar, portanto priorizar cores que causam essa sensação. "Dificilmente você usa tons vibrantes de forma predominante, como laranja e vermelho. Já em lugares que é interessante estimular a criatividade, essas cores são as melhores para manter as pessoas espertas", observa.
O azul foi a cor-base no projeto da arquiteta Lena Vidal. Segundo ela, a escolha resultou em uma economia, pois é uma cor primária e fácil de combinar com outros itens, e, como era uma casa de praia com objetos marítimos, criou uma atmosfera agradável. "O cliente já chegou com essa ideia do azul, porque queria priorizar o aconchego. Ele oferece essa sensibilidade, conforto e relaxamento", diz.
Entre todas elas, o branco seria a melhor cor para harmonizar, incitando bons comportamentos, de forma geral. Mas há uma ressalva, segundo Patrícia Putz: "Se a gente está com o ser diminuído, ele te deixa ainda mais para baixo". Já o preto pode parecer ruim, mas o que ele faz é centrar em si próprio. "Se a pessoa está bem consigo, ótimo, mas pode fazer com que você tenha resistência em ouvir opiniões dos outros, por exemplo".
*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló