Alckmin faz as últimas tentativas de recuperar votos
Geraldo Alckmin entrou na reta final da campanha batendo forte em Bolsonaro e no PT, e também em Temer, tentando se descolar. Joga suas últimas cartadas para tentar buscar de volta uma fatia do eleitorado que Bolsonaro lhe tomou e atiçar o antipetismo que foge do bolsonarismo.
Um aliado de ACM Neto de alto coturno diz que a estratégia é proclamar que Bolsonaro é um tiro no escuro e Haddad é voltar para a escuridão. Em suma, quer assustar os mais moderados para dizer que PT não, mas o caminho é Alckmin.
Outra opção — A ideia nessas duas semanas que restam de campanha é convencer que Bolsonaro não ganha de Haddad no segundo turno. Mas os aliados de Neto vislumbram que também pode acontecer o que acham ser o pior dos cenários, a confirmação das pesquisas, um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad.
Um deles antevê, do ponto de vista nacional, uma situação catastrófica: o Centrão todo nos braços de Haddad, DEM e PSDB provavelmente com Bolsonaro e seja lá o que o povo quiser.
No seu discurso ontem em Valença, ao lado de Zé Ronaldo, Jutahy e Irmão Lázaro, Neto disparou:
– O povo está p... com a política. Tantas mentiras, tantas denúncias...
Jutahy dá a sua versão:
– O povo está fora da campanha até agora. Só vai decidir na última semana.
A disputa pela Alba no PSC
O PSC de Irmão Lázaro, que não coligou para deputado estadual (motivo de muitas insatisfações), está numa intrincada disputa por vagas na Assembleia.
Tem hoje os deputados Soldado Prisco, Hildécio Meirelles e Sidelvan Nóbrega tentando a reeleição, e correndo por fora Laerte de Vando, de Monte Santo, e Wallison Torres, o Tum, de Casa Nova.
Se diz que dos cinco sobram dois. Talvez um, se o partido fizer 400 mil votos.
Luiz Caetano se complica
Luiz Caetano tentou barrar uma decisão do TJ-BA, que o considera inelegível por improbidade num processo do tempo em que ele era prefeito de Camaçari e o condenou a devolver R$ 304 mil, mas perdeu no STJ.
A ministra Assusete Magalhães negou um recurso interposto por ele dizendo que a decisão do TJ está certa.
Caetano é deputado federal pelo PT e tenta a reeleição. Com a decisão, fica inelegível pela lei da ficha limpa.
Lázaro também critica o Ibope
A pesquisa do Ibope, que o mostrou estagnado (era 23%, ficou em 22%) na disputa pelo Senado, não foi digerida também por Irmão Lázaro, candidato ao Senado, ao lado de Jutahy Magalhães, na chapa de Zé Ronaldo.
– Não reflete a realidade. Não dá para entender que uma pesquisa com mil pessoas em 40 municípios diga o que se passa nos 417 municípios baianos.
Na oposição, o Ibope é unanimidade, contra.
A Lava Jato descobriu a pólvora em Campo Formoso
As ramificações do doleiro Dário Messer em Campo Formoso, alvo da Operação Marakata, desdobramento da Lava Jato, segundo o deputado Adolfo Menezes (PSD), filho da terra, tiveram como foco o pagamento de esmeraldas, em dólar, via caixa-dois, é algo bastante parecido como se alguém anunciasse agora a descoberta da pólvora:
– Sempre foi assim. Os indianos nunca pagam à vista. Eles dão um papel qualquer, e o dinheiro, em dólar, sempre chega três meses depois.
Adolfo diz que ‘as esculturas de esmeraldas’ apreendidas também são um blefe:
– Não são esmeraldas puras, não. São as primas-pobres, pedras de segunda categoria. No Brasil tem isso. Perde muito porque nossas autoridades não entendem de pedras preciosas.
POLÍTICA
COM VATAPÁ
Boi de piranha
O senador Otto Alencar conta que em 1986 ACM lançou candidato ao governo baiano Josaphat Marinho, tendo como vice o deputado José Penedo e o deputado Félix Mendonça como um dos candidatos ao Senado, para enfrentar Waldir Pires, que acabou goleando com gigantesca vantagem nos quatro cantos da Bahia.
Lá um dia, comício em Ilhéus, Penedo pergunta a Félix, ao pé do ouvido:
– Você acha que a gente ganha?
E Félix:
– Você é besta, Penedo? Ganha coisa nenhuma! Se fosse para ganhar, você acha que Antonio Carlos ia botar a gente?
Segundo Otto, a partir daí Penedo recolheu-se em Tucano e nunca mais pôs os pés na campanha.
Otto faz a ressalva de que qualquer semelhança com fatos atuais é mera coincidência. Mas evoca ACM para dizer da sua estranheza com alguns fatos de agora:
– ACM sempre dizia que a religião do político é o sincretismo. Político com lado religioso não vai.