Um dia após a polícia internacional, a Interpol, acusar a Venezuela de manter vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), os presidentes latino-americanos mantiveram um tom discreto sobre a questão durante encontro com chefes de Estado caribenhos e europeus. O venezuelano Hugo Chávez e o colombiano Álvaro Uribe evitaram polêmicas. Eles adiaram, segundo diplomatas, o debate para o encontro da União de Nações sul-americanas (Unasul), que acontece dia 23 em Brasília.
Hugo Chávez exercitava a cordialidade no encontro, segundo participantes. Ele mesmo relatou ter pedido desculpas à chanceler alemã, Angela Merkel, por rebater críticas dela ao seu governo. "Eu dei um beijo na chanceler e disse a ela que se fui duro que me perdoasse", contou. Só quando questionado em entrevista sobre a questão das Farc, Hugo Chávez ensaiou levantar a voz contra a Colômbia, afirmando que eram "mentiras" as acusações feitas pela Interpol.
Logo na abertura da cúpula, o presidente do Peru, Alan García, formalizou o pedido de trégua. Ele pediu aos colegas que não discutissem temas que não constavam na agenda oficial do evento. O encontro foi marcado para debater aquecimento global, energia, exclusão social e imigração. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na reunião ao lado de Chávez. Segundo diplomatas, ele foi um dos encarregados de acalmar os ânimos.