Aviões de Cingapura se juntaram na quinta-feira aos trabalhos de busca por um avião que desapareceu há quatro dias na Indonésia com 102 pessoas a bordo, uma delas residente no Brasil, segundo um jornal norte-americano.
Aviões civis e militares sobrevoam as montanhas e florestas do oeste da ilha de Sulawesi, enquanto navios da Marinha vasculham o estreito de Makassar, entre as ilhas de Sulawesi e Bornéu.
Mas a chuva e o vento dificultam as buscas, e o terreno acidentado complica as comunicações e transportes.
O governo chegou a anunciar na terça-feira que o Boeing 737-400 da Adam Air havia sido localizado com 12 sobreviventes. Posteriormente, as autoridades desmentiram a informação e pediram desculpas.
Estavam a bordo seis tripulantes e 96 passageiros, sendo 93 indonésios e três norte-americanos, identificados pelo jornal Oregonian, de Portland, como sendo o executivo do setor madeireiro Scott Jackson, 54 anos, e suas filhas Stephanie, 21, e Lindsey, 18.
As moças viviam em Bend, no Estado do Oregon (noroeste dos EUA). Scott mantinha residências na Indonésia, no Brasil e no Oregon, de acordo com o jornal.
Felice DuBois, ex-mulher de Jackson, disse que suas filhas sempre viajavam com ele ao exterior. "Sempre que eu ouvia dizer que eles estavam num avião, sim, eu ficava com medo", disse ela ao Oregonian. "Mas não dá para viver guiada por seus medos. Você só quer manter a esperança."
Dois Fokker-50 de Cingapura se juntaram aos aviões indonésios nas buscas, que contam também com três navios -- um quarto está a caminho -, disse à Reuters o brigadeiro Eddy Suyanto, comandante da base aérea de Makassar, que centraliza as buscas. Os EUA também ofereceram ajuda, não especificada.
O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, ordenou uma investigação plena sobre as condições de todos os aviões comerciais na Indonésia e sobre o que deu errado no caso da Adam Air, além de uma avaliação do sistema nacional de transportes como um todo.
Teungku Burhanuddin, diretor da Associação Nacional de Empresas Aéreas, disse que os resultados desse trabalho precisarão ser cuidadosamente acompanhados.
"Se for só para ser relatado, será inútil. Também precisamos avaliar o Ministério dos Transportes. Ainda estão as mesmas velhas pessoas trabalhando naquele departamento?", questionou ele pela rádio Elshinta, de Jacarta, acrescentando que há 300 mil vôos comerciais por ano na Indonésia, "de modo que sempre há uma pequena chance de acidente".
O avião da Adam Air desapareceu três dias depois do naufrágio de uma balsa no litoral de Java, a ilha mais populosa do arquipélago. As autoridades dizem que pelo menos 239 pessoas foram resgatadas, mas que ainda há quase 400 desaparecidos. Doze sobreviventes que conseguiram chegar a uma plataforma marinha, inclusive o suposto capitão da balsa, foram resgatadas na quarta-feira, segundo a Marinha.