Após a primeira reunião sobre programa de governo dos partidos que apóiam a candidatura à Presidência de Geraldo Alckmin, o tucano defendeu o crescimento da economia por meio da redução de juros e da carga tributária. Para o ex-governador, o "custo PT" é responsável pelo atual nível de juros.
"O Brasil está pagando o custo PT. Você passa 25 anos dizendo uma coisa e depois faz outra diametralmente oposta. Como não tem credibilidade, precisa ter dose maior para ter resultado menor", disse Alckmin a jornalistas nesta segunda-feira.
Ele prometeu manter o sistema de metas de inflação, o câmbio flutuante e a responsabilidade fiscal, mas não quis adiantar índices de juros que considera ideais. Hoje o juro básico da economia está em 15,25 por cento ao ano.
"Macropolítica econômica é uma combinação de três fatores: política monetária, fiscal e cambial. Os três interagem, não tem um número cabalístico. Tudo a seu tempo", afirmou.
Para ele, "se o Brasil quer crescer e a economia é globalizada, o país tem que se inserir no mercado internacional. Precisa ter juro competitivo, precisa ter câmbio competitivo, precisa ter carga tributária competitiva senão não consegue competir", enfatizou.
Ele explicou que o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) precisou manter altas taxas de juros em decorrência de quatro crises internacionais, situação que não foi vivida pela atual administração.
O ex-governador de São Paulo ainda criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por não ter, segundo ele, aproveitado o momento favorável da economia mundial.
"O cavalo passou arriado e não se montou... O mundo cresceu e o Brasil cresceu muito menos que a média mundial e um terço em relação aos países emergentes."
Alckmin participou de reunião, realizada na Associação Comercial de São Paulo, que contou com a presença de 40 pessoas entre políticos e técnicos para debater a confecção do programa de governo.
Estavam no encontro os presidentes do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), que faz parte da coligação, e do PPS, deputado Roberto Freire (RJ), legenda que dá apoio informal ao tucano, e o vice na chapa, o senador pefelista José Jorge (PE). Ex-ministros de FHC, como Pratini de Moraes e Walter Barelli, se juntaram ao grupo. Já o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) não compareceu.