Com Biden o mundo voltará a trilhar o caminho da democracia e da economia global | Foto: Jim Watson | AFP
Durante cinco anos, a América esteve dividida e no seu pior momento milhares de jovens perderam a vida nos campos da Pensilvânia. A batalha de Gettysburg, vencida pelo exército do Norte, deixou quase 10 mil mortos e 30 mil feridos, todos americanos. Então, o povo da Pensilvânia resolveu fazer uma cerimônia para homenagear os mortos e consagrar o palco da batalha que decidiu a guerra civil americana. Mas tão dividido estava o país que não convidaram o presidente Abraham Lincoln. Ainda assim, ele compareceu e, após ouvir por duas horas o discurso de um escalafobético orador oficial, falou por apenas dois minutos e concluiu assim: “Que aqui resolvamos, solenemente, que estes mortos, não morreram em vão, e que esta nação, sob Deus, tenha um novo nascimento de liberdade – e que o governo do povo, pelo povo, para o povo, da terra não pereça”. O ódio que dividia os americanos não acabou aí e por causa dele o próprio Lincoln foi assinado, mas o discurso no cemitério de Gettysburg, gravado nas paredes do memorial que homenageia o ex-presidente em Washington tornou-se um símbolo de liberdade e da ideia de que todos os homens são iguais, que é a base da democracia. Durante quatro anos intermináveis, a América esteve dividida e um presidente escalafobético propôs-se a enterrar a ideia democrática, estimulando com mentiras e uns poucos decretos a xenofobia, o uso de armas, a homofobia, o racismo, o ataque ao meio ambiente e a divisão entre os povos em nome do duvidoso lema “América First”. Mas o bolodório resultou num desastre econômico, fruto de um crescimento econômico pífio nos primeiros três anos e da pandemia e do negacionismo trumpista, que redundou em 400 mil mortos. Mas, assim como os mortos de Gettysburg não morreram em vão, os mortos pela Covid-19 fizeram os americanos acordar e, hoje, eles vão se levantar sabendo que na Casa Branca mora um verdadeiro presidente. E com esse presidente surge a esperança de um novo mundo e de uma economia pujante, não apenas para a América, mas para todos. Biden já anunciou um combate sem tréguas a Covid-19, está viabilizando uma pacote de quase dois trilhões de dólares para alavancar a economia e vai retomar o ambiente favorável aos negócios, aos grandes acordos comerciais e uma nova relação com a China. A proteção ao meio ambiente será prioritária e US$ 2 trilhões serão empregados em energias limpas. E tudo isso será melhor para os negócios brasileiros, pois, diferente de Trump que estimulava o protecionismo e ampliou as barreiras comerciais para os produtos brasileiros, Biden estimulará a troca comercial entre os países. A pandemia vai passar e com Biden o mundo voltará a trilhar o caminho da democracia e da economia global.
A abertura das escolas
No que se refere à saúde e ao enfrentamento da pandemia, o governo do Estado e a Prefeitura de Salvador merecem elogios. Agora é preciso fazer o mesmo com relação à educação e definir o cronograma de retorno às aulas. As escolas privadas já estão prontas para esse retorno, cumprindo todos os protocolos sanitários e com cuidados mais adequados que o dos shoppings centers que estão abertos há meses. As escolas públicas já deviam estar preparadas, adequando-se aos protocolos. E não há porque marcar um dia D e uma Hora H para todos. As escolas preparadas, públicas ou privadas, precisam retomar as aulas, afinal, estudos mostram que elas não são os principais agentes de contágio.
Especializada em commodities
O valor das exportações baianas em 2020 registrou uma redução de 4,2%, em relação a 2019. A queda foi menor do que no Brasil graças ao desempenho dos produtos agrícolas, especialmente a soja, do setor mineral e dos derivados de petróleo exportados pela Petrobras. A Ásia é o grande comprador, com a China adquirindo quase 30% dos produtos baianos e Cingapura destacando-se como mercado em expansão. Mas o que chama a atenção mesmo é a especialização cada vez maior da economia baiana na produção de commodities. A venda de bens manufaturados está em queda livre, a exemplo dos automóveis que representavam 5% das exportações baianas em 2019, caíram para 2%.