A S10 tem motor Ecotec flex 2.5 de 206 cv, o mais potente da categoria
A batalha das Termópilas representou um embate entre gregos e persas no ano 480 a.C., nos "portões quentes", ou seja, logo nos limites da cidade protegida por portões. Na pólis do século XXI, as pickups, que são minoria na turba multa, combatem entre si, especialmente a Chevrolet S10, Mitsubishi L200 Triton (pioneira com motor flex), Volkswagen Amarok, Ford Ranger e a Toyota Hilux.
Feitas para conquistar o consumidor urbano, que eventualmente pega a estrada para curtir o final de semana na chácara ou mesmo na fazenda, estas utilitárias são capazes de carregar quase uma tonelada mas não abrem mão do conforto e de equipamentos presentes em um sedan médio.
No grupo, a Toyota Hilux era a única com motor flex e câmbio automático quando em abril a Chevrolet melhorou a S10 na versão LTZ, com um conjunto superior de equipamentos. Fez bem.
Uma semana de convivência
A S10 recebe bem seu motorista e em uma semana mostrou docilidade pronta para uma batalha em Termópilas. O motor Ecotec flex 2.5 de 206 cv é o mais potente da categoria com 27,3/26,3 mkgf de torque a 4.400 rpm. É esperto e arisco atuando bem com o câmbio automático de seis velocidades e a tração 4x4.
O nível de equipamentos também satisfaz o aventureiro da cidade em busca de conforto. Kit multimídia com navegação, sistema OnStar e espelhamento para smartphones melhoram a vida a bordo mas o USB poderia ficar no console, tal qual a Spin, e não dentro do porta objetos, bem escondido. O ar condicionado digital é outro conforto típico de sedan presente na S10 revelando sua vocação mista.
O design da Chevrolet melhorou o aspecto da pick-up, que tinha linhas mais suaves e não robustas como espera seu comprador. O acabamento interno é bom e o espaço acomoda bem os adultos grandes, mesmo no banco de trás. Por fora, os recortes da caçamba e sua dobradura ficam evidentes na junção com a cabine, que poderia ser melhor com um acabamento melhor. Esse detalhe poder ser a inspiração nas batalhas e a decisão do perfil de consumidor que se propõe a colocá-la na garagem.
Se a tarefa é carregar as compras do supermercado, lembre que não haverá porta-malas na S10. Em contrapartida ela tem câmera traseira com boa resolução para ajudar a encaixá-la nas vagas, assim como sensores sonoros por todos os lados que facilitam as manobras.

O uso urbano revelou um bom consumo com gasolina para seus 1.835kg: 8,0 km/litro, menos do que os 8,5km/litro sugeridos pela montadora. Na estrada ela cravou 10km/litro. Quando exigida, sua suspensão quicou muito pouco e ela se portou bem nas curvas com bom ângulo de saída.

Por fim, boa para a cidade esburacada, e apta para o trabalho quando exigido, a S10 mostra que evoluiu de olho no seu consumidor e na combinação da Hilux, o que deverá resultar em crescimento nas vendas.