Marco Antônio Jr. | A TARDE SP
Equipado, bonito e espaçoso. Fica devendo em desempenho do motor 1.5 e no casamento instável com o câmbio CVT; preço é sua maior qualidade
Lançado há um ano, o Jac T5 traduz o novo posicionamento da marca em privilegiar os crossovers e teve recentemente seu preço reduzido em R$ 12 mil. Por R$ 69.990, o comprador leva para casa um SUV bem equipado e com câmbio automático CVT, motor flexível, ótimo espaço interno e porta-malas de 600 litros. Não há nada igual no mercado já que este preço equivale ao dos concorrentes em versões de entrada. Mas há poréns. Vamos passo a passo:
Déjà vu
O design é claramente inspirado nos coreanos Hyundai, Kia mas também com elementos vistos nos Mitsubishi e Suzuki. Não é autêntico, mas hoje em dia nenhum veículo é assim tão diferentão, e elementos de design se repetem aqui e ali, quando fazem sucesso. Faróis espichados, a linha ascendente nos vidros, a traseira arredondada, itens cromados, rodas pequenas aro 16 para o tamanho do carro, este é o T5 por fora.

Por dentro impressiona a quantidade de botões, o volante grandão e o painel com acabamento áspero. A tela multimídia tem muitos controles, cores e informações em excesso. Dificuldade foi emparelhar o smartphone, já que é possível conecta-lo por cabo, Bluetooth ou QR Code. Na prática conectar um iPhone ao multimídia do T5 foi bem complicado e um Samsung J7 nem tanto.
Pacote
Para relembrar os bons tempos de farta propaganda na TV, o Jac Motors T5 é completão: ar-condicionado digital com controles elegantes e intuitivos, leds diurnos, bancos de couro, sensores de estacionamento com câmera de ré, Isofix, assistente de partida em rampas, controles de estabilidade e tração, espelhos retrovisores elétricos, direção hidráulica, air bags dianteiros e central multimídia. São itens oferecidos em outros SUVs nivelados na faixa dos R$ 100 mil.

Modestão
O motor é o velho conhecido 1.5 flex VVT, chamado agora Green Jet, com 1.499 cm3; 16V, 127/125 cv a 6.000 rpm, 15,5/15,7 mkgf a 4.000 rpm. Acoplado ao câmbio CVT que simula seis marchas, seu desempenho merece atenção e vai agradar apenas em condução familiar, sem pressa ou emoção. O ganho de velocidade é demasiado lento, bem como as retomadas e em geral, falta uma boa conversa entre o CVT e o motor. No veredicto, ele vai compensar para quem busca design interessante, espaço interno com porta-malas gigante e não abre mão de equipamentos, devendo apenas maior leveza na condução e mais força. No quesito "futuro da marca", a Jac Motors já mostrou que vai ficar apenas nos crossovers que além do T40 (que será produzido em Goiás na futura fábrica), T5 e T6, poderá ter o luxuoso S7 em 2018, informação antecipada por nossa reportagem.