Marco Antônio Jr. | A TARDE SP
Muito além dos carros, uber testa mais do que veículos autônomos: Bicicleta e ônibus estão na mira da empresa em prol do futuro
Há quase dez anos no mercado, a Uber não quer apenas ser referência em aplicativo de transportes em automóveis particulares. De olho na tendência do compartilhamento de veículos, a empresa, que já tem meio milhão de motoristas no Brasil e 20 milhões de clientes cadastrados, quer expandir suas possibilidades de rentabilizar ainda mais seus negócios - ainda que não detalhe números de seu faturamento.
Em um seminário organizado em São Paulo, Gui Telles, CEO do Uber, detalhou alguns planos do mais polêmico aplicativo de transporte do mundo. Mesmo diante de fatos controversos, como a morte de uma ciclista por um carro autônomo da Uber na última semana, nos Estados Unidos, o executivo adiantou que o modelo de negócios tem “infinitas possibilidades”. “Combinar o uso do carro operado pela Uber com uma bicicleta elétrica, por exemplo, que pode ser retirada e devolvida em um terminal de ônibus é uma evolução possível e que já acontece em muitos casos”, disse Telles.
Para o executivo, experiências como as de Boston, onde o governo local deixou de investir em estacionamentos para subsidiar viagens no Uber Pool, é um desses caminhos. Apesar de incomodar até operadores de transporte público, o uso de veículos maiores é uma das apostas da gigante.
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Vans e ônibus
O compartilhamento é a maior aposta para a economia do futuro. “O carro passa 95% do tempo na garagem e, quando anda, na maior parte do tempo, só há 1,4 passageiro por carro”, provoca.
Sem citar nominalmente ônibus e vans, comuns especialmente nas cidades brasileiras, como Salvador, a Uber já faz testes com veículos que circulam apenas em vias principais, o que daria mais agilidade para o transporte de massa, mas incomodaria empresas que atuam há décadas no ramo operando sob o regime de concessão pública.