Marco Antônio Jr. | A TARDE SP
Os sedãs do momento se enfrentam nas opções mais em conta, com câmbio manual e menor nível de equipamento
No ranking dos novos sedãs compactos, a Fiat e a Volkswagen travam uma briga acirrada pela preferência do consumidor, na qual a marca alemã tem se saído melhor. O Virtus emplacou 4.271 unidades em maio, enquanto o Cronos teve 3.148 unidades emplacadas no período. Com preços entre R$ 55,9 mil e R$ 87 mil, a dupla atua em vários segmentos, inclusive roubando parte dos compradores de sedãs médios, seduzidos por um carro de valor menor, mas com ar de novidade. Mas entre as versões mais baratas de cada um deles, qual delas compensa mais?
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Fiat Cronos 1.3 Drive
Com motor 1.3 Firefly 8V com até 109 cv (etanol) a 6.250/6.000 rpm, 14,2 kgfm de torque a 3.500 rpm, o Cronos tem aceleração suave, mas com as naturais limitações de um motor aspirado e com respostas mais lentas. O câmbio manual de cinco marchas tem curso mais longo que o concorrente, mas é bom e o pomo maior facilita o uso. Em termos de estilo, o Cronos é feito para quem gosta de esportividade, item que destacamos no comparativo das versões topo de linha.
O acabamento, mesmo nesta versão de entrada, é mais digno ao esconder melhor o ajuste manual dos bancos, e traz ajuste na coluna de direção, banco traseiro bipartido, alças que não apertam a bagagem no porta-malas de 525 litros e retrovisores elétricos com repetidores de pisca.
O espaço interno é bom, mas um pouco menor que seu rival, e a herança dos modelos da marca segue presente com assentos que oferecem espuma muito confortável. No nosso teste de consumo urbano, fez 13,1 km/litro com gasolina.
A multimídia Fiat Uconnect 7 empata com o equipamento oferecido no Volkswagen pela precisão e uso simplificado, mas são itens opcionais, o que não acontece com o controle de estabilidade e tração – não oferecidos. Há dois air bags e obrigatórios freios ABS, e o Fiat ainda não foi submetido ao crash-test.
Volkswagen Virtus 1.6 MSi
A solução mecânica é uma velha conhecida, com motor de 1.598 cm³, 16V, 117 cv (etanol) a 5.750 rpm e 16,5 kgfm a 4.000 rpm, e trata-se de um propulsor maior, mas de concepção mais antiga com bloco de ferro fundido. Com cinco marchas e o conhecido câmbio de engates curtos, traz consigo a herança dos Volkswagen.
Com desenho retilíneo, o interior é idêntico ao do Polo, sem abuso de texturas ou cores que agradam quem gosta de um veículo preciso. Em curvas, posição de dirigir e desempenho, o Virtus 1.6 tem bom acerto, com pequenos deslizes no acabamento vazado dos bancos na parte inferior e em pequenas rebarbas no acabamento das portas.
O porta-malas de 521 litros tem dobradiças embutidas que o faz parecer maior na hora de acomodar bagagem. No percurso urbano, fez 12,2 km/litro segundo o próprio marcador de consumo médio, mas notamos que em vias expressas ele rende bem mais. Se o cliente puder investir, vale acrescentar controle de estabilidade e tração, que vai completar com os quatro air bags de série e máxima pontuação obtida no crash-test.
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Feitos para quem?
O Fiat é mais equipado e bem-acabado que o Volkswagen, mas é importante dizer que o Virtus oferece mais segurança e um comportamento dinâmico superior. Nas versões de entrada, os motores 1.3 e 1.6 são equivalentes, mas a engenharia do Cronos é mais atualizada em um motor ligeiro e silencioso e ainda por cima mais econômico. Enquanto sedãs, o espaço traseiro do Virtus é maior, mas o porta-malas tem mínima diferença. Novamente, estilo faz do Cronos um vencedor enquanto os apreciadores de um carro mais preciso vão encontrar no Virtus sua cara-metade.