Marco Antônio Jr. | A TARDE SP
SUV compacto se destaca pelo motor 1.6 E. Mesmo com limitações de espaço interno, traz bom pacote de itens de série
Não há dúvidas de que o T40 é a grande aposta nesta segunda fase da JAC Motors no País. Compacto, com motorização intermediária e design atraente, o SUV ganhou ainda mais fôlego na versão CVT com a qual rodamos 500 km, avaliando seu comportamento na estrada e na cidade.
O motor é 1.6 de 138 cv, o mais potente entre os aspirados à venda no Brasil, e faz a diferença em relação ao 1.5 do T40 com câmbio manual. O conjunto CVT fabricado pela empresa belga Punch aproveita bem os 17,1 kgm de torque aos 4.000 rpm e, combinado com motor de duplo comando de válvulas variáveis, resulta em consumo frugal e boa disposição.
Na cidade rendeu, em média, 14 km com um litro, enquanto na estrada foi a 15,1 km e em pista expressa urbana alcançou o máximo de 16,1 km/litro (80 km/h).
Apesar do porte diminuto (4,135 m de comprimento, 1,750 m de largura e 1,568 m de altura com 2,4 m de entre-eixos), colocando o carro mais para um hatch aventureiro do que para SUV, os parâmetros do Inmetro, que incluem o vão livre de 18 cm do solo e os ângulos de ataque e de saída, contribuem para qualificá-lo como utilitário esportivo.
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Comportamento dinâmico
Entre as boas surpresas, controle de tração e estabilidade que cumprem bem seu papel, assistente de partida em rampas e o efeito freio-motor do câmbio CVT que "segura" o carro nos declives, em prol da segurança. Com relações infinitas, a transmissão belga que simula seis marchas tem modo Sport, que melhora as trocas, mas não oferece borboletas atrás do volante. A suspensão também é um ponto que recebeu atenção, pois o carro não flutua como os primeiros modelos chineses da marca.
A direção elétrica poderia ser mais ágil, especialmente quando exigida em curvas sucessivas ou desvios. Os pneus Harmony chineses também são silenciosos além do esperado. A suspensão, apesar de confortável, tende a maltratar os ocupantes em terrenos acidentados com batidas secas, até porque o conjunto traseiro conta com eixos de torção.
A bordo
O T40 oferece bom nível de acabamento e, apesar do plástico em todo o painel, há requintes, como uma cobertura que imita couro no painel, a faixa lateral que lembra fibra de carbono e texturas diferentes e bem montadas.
Os bancos em couro sintético têm ajustes apenas manuais e não é difícil acomodar os altos ou os baixinhos, e com entre-eixos de 2,49 m o acesso é ainda mais dificultado pelo recorte da porta traseira. O painel tem números pequenos, mas o computador de bordo e os elementos digitais estão bem posicionados ao centro.
O ar-condicionado é eficiente e tem controles giratórios abaixo da multimídia, projetando a temperatura ou fluxo do ar na tela. O entretenimento tem tela de oito polegadas e sem elementos coloridos, como os do modelo T5 (em breve, T50), e entende bem a conexão com celulares Android e iOS. Há duas entradas USB, uma dianteira e outra traseira.
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No mercado
O T40 enfrenta uma lista extensa que inclui Nissan Kicks, Hyundai Creta, Ford EcoSport, Honda WR-V, Jeep Renegade, Peugeot 2008, Citroën C4 Cactus, além do Renault Captur e também o Duster. A briga é boa, mas, tendo a JAC Motors uma rede ainda reduzida de concessionários, o caminho a percorrer rumo a vendas maiores do que as 302 unidades emplacadas em agosto ainda é longo. Seu maior concorrente é o Chery Tiggo 2, que também acaba de ganhar uma versão CVT que vendeu mais que o dobro em agosto: 728 unidades.
Atualmente a JAC Motors tem 29 revendas, com duas no estado: uma em Salvador e outra em Vitória da Conquista. O T40 tem seis anos de garantia de custo de manutenção de R$ 3.228,00, considerando as revisões dos primeiros 60 mil quilômetros. Também conta com o sistema JAC Total Care de pós-venda e sistema de assistência 24 horas.
O preço da versão CVT é R$ 69,9 mil, que pode chegar a R$ 72,9 mil ao incluir todos os opcionais. Pelo que o T40 custa, e com o bom pacote de itens de série somado à disposição do motor 1.6, ele será o melhor SUV disponível no mercado com câmbio automático que o consumidor pode comprar. As ressalvas mínimas vêm da suspensão e do espaço interno que não desabonam o carro pronto para vender mais num disputadíssimo segmento.