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As pesquisas sobre decisão de compra de veículos apontam vários motivos para a escolha. O valor da revenda é um dos mais citados. Afinal, ninguém quer ter o chamado "mico" na garagem, seja novo ou usado. Antes de fechar negócio é recomendável saber se aquele modelo é depreciado no mercado ou não e isso pode ter um efeito prático: o interessado em comprar tem argumentos e maiores chances de barganhar um desconto.
Um estudo do KBB Brasil, portal de referência em precificação de carros novos e usados, aponta os modelos mais e menos depreciados no ano de 2019.
Importante ressaltar a diferença entre depreciação e desvalorização. De com acordo com a plataforma, a depreciação considera o preço pelo qual os lojistas revendem o veículo. O levantamento engloba todos os modelos novos de todas as categorias à venda em janeiro de 2019 e quanto valiam no mercado de usados em dezembro desse mesmo ano.
A desvalorização é a comparação do preço atual do veículo com os valores do mercado, em relação a mesma versão fabricada em anos anteriores. Já a depreciação usa o valor do veículo zero-km em um período determinado, em relação a seu atual valor residual, sempre considerando o mesmo ano/modelo e sem o mesmo rigor de sua definição contábil, que tem regras muito estritas. Neste estudo, foi aplicado o conceito de depreciação.
Ao adquirir um carro zero-km, o que ocorre logo após a sua aquisição e no decorrer do primeiro ano é a depreciação, ou seja, o processo de deterioração do valor residual do bem. Nos preços de carros usados, a tendência é que no primeiro ano sofra uma queda maior e, conforme os anos passem, este índice se estabilize, com recuos menores.
Porém, o processo de depreciação de revenda (isto é, o valor de mercado que o carro usado obtém) pode sofrer até valorização em um ano, devido à influência de fatores mercadológicos, como o reposicionamento de preços da fabricante para o mesmo modelo novo, o que produz um efeito de elevação do mesmo modelo usado que faça parte da mesma geração.
"Quanto à depreciação de troca (ou seja, o preço de venda de um carro particular para um lojista), o decréscimo é consideravelmente maior, cerca de -25% no primeiro ano, dentre as mais baixas do mercado. Ao longo do tempo, este índice aumenta, uma vez que o valor residual do carro continua a se deteriorar, mas, assim como a depreciação de revenda, as quedas são menores", explica Fernando Barros, gerente de Pricing da KBB Brasil.
Porcentagens
Ter preço maior do que quando foi vendida zero-km ocorreu neste estudo da KBB: a picape Toyota Hilux foi a primeira do ranking, com alta de 0,55% em seu preço, seguida pela menor depreciação do Peugeot 3008, com -1,49%, os Volkswagen Golf (-3,41%) e Fox (-3,65%), Toyota Yaris (-4,08%) e o BMW M5 (-4,41%).
Já do outro lado, entre os mais depreciados, dois Fords figuram no topo da lista: Focus (-28,13%) e Focus Fastback (-25,99%). Entre eles está a Fiat Weekend (-27,80%). Depois vem Jaguar XF (-21,94%) e Renault Sandero (-21,69%).
De acordo com Fernando Barros, gerente de Pricing da KBB Brasil, a depreciação é útil porque serve de parâmetro para o consumidor saber qual é o valor de mercado que o seu veículo possui em caso de revenda, uma vez que leva em consideração o valor pelo qual os lojistas estão comercializando determinado modelo. "Carros que possuem baixa depreciação no valor de revenda tendem a ser mais aceitos pelo mercado, resultando em melhores negociações para o proprietário. Por outro lado, a alta depreciação pode significar que o mercado terá mais dificuldade em comercializar este veículo, o que pode fazer os preços baixarem, devido à maior concorrência", explica.