Caramujos-africanos infestaram Ilhéus, a 465 Km
de Salvador, nos últimos dias. A umidade gerada pelas fortes
chuvas criaram condições para a proliferação dos moluscos e,
segundo veterinário e coordenador do Centro de Controle de Zoonoses
(CCZ) de Ilhéus, Pedro Leite, estima-se que milhares deles estejam
pela cidade.
Hospedeiros de duas verminoses, os caramujos podem
transmitir meningite e doenças que causam dor abdominal aguda, febre
prolongada, anorexia, vômitos, perfuração intestinal e hemorragia
intestinal.
De acordo com o médico Lucas Meira, a
contaminação pode se dar através de ingestão do caramujo ou de
hortaliças e frutas contaminadas, bem como o contato com as mãos.
O combate à praga deve ser feito pelo CCZ. Para agendar uma
visita, segundo Leite, basta entrar em contato com o órgão através
do telefone (073) 3634-4434.
Leite ainda adverte que é indispensável à
conscientização da população sobre a forma correta de eliminar o
caramujo. “Eles vivem muito tempo, em média 9 anos. A cada 3 meses
é feita a postura de ovos, são em torno de 400 ovos por caramujo".
Quem quer recolher manualmente os caramujos,
precisa estar com luvas descartáveis para pegar os animais. Para
exterminá-los, coloque-os em dois sacos plásticos e quebre suas
conchas. "Jogar sal também mata o caramujo, mas tem que
recolhê-lo do local pois quando morrem eles colocam centenas de
ovos”, explica o veterinário. Entulhos, madeiras e outros
ambientes úmidos são ideais para abrigar o bicho.
O caramujo-africano foi introduzido ilegalmente no
Brasil na década de 80 como alternativa econômica ao escargot,
prato típico francês. A novidade não agradou o mercado consumidor
brasileiro e os criadores soltaram os bichos no meio ambiente.