Familiares do lavrador Jorge de Jesus, 66 anos, que morava na Fazenda Caruá, em Antônio Cardoso, acusam o Hospital Geral Clériston Andrade de negligência e de ter causado a morte dele, ocorrida na manhã desta terça-feira (22), em frente à unidade. O corpo do lavrador permaneceu por algumas horas dentro do veículo Fiat Uno, no qual teria sido socorrido, até que a unidade de saúde resolvesse fornecer a guia para a realização de necropsia.
De acordo com familiares, o lavrador sentiu-se mal durante a madrugada e chegou ao hospital por volta das 4h da manhã. Um médico que estava de plantão, cujo nome não foi fornecido pela unidade, teria ido até o veiculo e visto a situação do paciente, retornando para dentro do hospital. “Neste meio tempo chegou uma enfermeira e nada disse, cerca de duas horas depois, o médico retornou com um aparelho nas mãos, mas o meu tio já estava morto”, contou Carlos Augusto da Silva, sobrinho da vitima.
A família ficou revoltada pela falta de atendimento e pela exposição do corpo que só foi retirado do carro por volta das 9h50, segundo eles, com a chegada da imprensa. “Aí resolveram colocar o corpo lá dentro para expedir a guia, já que o DPT só aceitava com este documento”, revelou o sobrinho.
A assessoria de comunicação do HGCA informou que o médico plantonista esteve no veículo e constatou que o lavrador estava morto. Ele orientou os familiares que procurassem o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para fazer a necropsia. Eles alegam que o médico não poderia fornecer a guia de óbito, uma vez que o mesmo não tinha conhecimento da causa da morte já que não examinou ou acompanhava o paciente.
Um procedimento investigatório, ainda segundo a assessoria, será instaurado para apurar se houve demora no atendimento. No inicio da tarde, o corpo de Jorge de Jesus foi encaminhado para o DPT e submetido a necropsia. Os familiares afirmaram que pretendem entrar com uma ação na justiça contra o estado e o médico.