Alunos de Salvador que viajaram para os Estados Unidos, ao lado da coordenadora Karla Andrade
Para o estudante soteropolitano Wesley Melo, de 17 anos, aprender uma segunda língua é essencial no que ele chama de "mundo competitivo que vivemos hoje". A paixão pelo inglês, desde pequeno, e a ciência da importância de falar um idioma diferente do seu para atender as exigências de um mercado de trabalho cada vez mais concorrido o fizeram participar do Programa Conexão Mundo, criado pelo Serviço Social da Indústria (SESI) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em parceria com a ONG US-Brazil Connect, que ensina inglês nas redes sociais e oferece intercâmbio nos Estados Unidos com tudo pago.
Wesley foi um dos 11 alunos da capital baiana escolhidos, esse ano, para 15 dias de imersão nos Estados Unidos. Na viagem, os baianos e outros 36 estudantes de seis estados do país ficaram em casas de família, conheceram escolas, universidades, museus e realizaram várias atividades acadêmicas, tudo para praticar o que aprenderam. Eles viajaram no dia 2 de novembro e retornaram no último dia 17.
"Essa imersão cultural e acadêmica foi uma excelente experiência. Ficamos em casas de voluntários e fizemos várias visitas técnicas. Aprendemos muitas coisas que, às vezes, um curso de inglês tradicional não ensina", disse o estudante, que concluiu o ensino médio no Sesi e cursa o primeiro semestre de mecatrônica no Senai.
"Aprender uma nova língua é muito mais que necessário hoje, ainda mais o inglês, que é uma língua universal. E, quanto mais você aprender, mais à frente você vai estar", ressalta o estudante.
Conexão
Para ganhar a viagem de intercâmbio, Wesley e os demais alunos tiveram de se destacar entre os 800 estudantes que participam do programa, que dura cinco meses e é dividido em três etapas. Eles concluíram o curso de inglês na primeira semana de setembro.
Na primeira parte do curso, ocorrem aulas e atividades a distância. Os alunos brasileiros interagem pela internet com monitores americanos. Cada monitor é responsável por uma turma de 10 a 12 alunos. No conforto de casa, eles praticam o idioma e ainda se divertem em aulas pelo Facebook e hangouts (bate-papos com webcam pelo Google).
Depois dos dois primeiros meses, na segunda etapa, os monitores americanos vêm ao Brasil para dar aulas presenciais por um mês. As aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, em junho e julho, no período de férias dos brasileiros, e envolvem dinâmicas, jogos e simulação de situações comuns do mercado de trabalho. Em seguida, a terceira etapa segue com mais dois meses de aulas pela internet.
Os monitores americanos, da mesma faixa etária dos alunos brasileiros, são estudantes de colégios profissionalizantes, congêneres do SENAI, nos Estados Unidos. Eles são selecionados pela ONG US-Brazil Connect, que reúne quatro universidades públicas do Colorado, Flathead Valley College, Northwestern Michigan College, Jackson Community College e Red Rock Community College.
As instituições qualificam os alunos americanos para ensinar inglês aos estudantes brasileiros e, assim, participarem de um intercâmbio no Brasil.
Ampliação
O Conexão Mundo foi criado em 2012, em Salvador. No primeiro ano, atendeu 200 estudantes da capital baiana. Neste ano, o programa foi estendido para 800 participantes de sete estados do país.
No último dia 12, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, assinou, em Denver, no Colorado, nos Estados Unidos, um acordo que amplia o Conexão Mundo. Com o novo convênio, o programa terá 2 mil vagas em um curso de inglês pelas redes sociais para alunos de unidades Sesi, do Senai e de escolas públicas brasileiras.
Uma das coordenadoras responsáveis pelo programa na Bahia, que também viajou com os estudantes para os EUA, Janaisa M. Viscardi, destaca que o intercâmbio, além de permitir que os estudantes conheçam uma nova cultura, contribui com o amadurecimento dos jovens.
"Aprender uma segunda língua abre diferentes oportunidades no mercado de trabalho, ainda mais no caso da Bahia, que conta com empresas americanas atuando em seu território que precisam de profissionais. O desabrochar desses alunos resulta na imersão no mercado, no entendimento do mundo e na maturidade social".
Os estudantes interessados em participar da próxima edição do programa, em 2014, podem se informar no Senai e no Sesi. As inscrições começam apenas no próximo ano.