Os fuzis M-964 são armas antigas, estavam sem munição e algumas sem o ferrolho
Chegaram nesta quinta-feira, 16, ao Comando da 6ª Região Militar, no bairro da Mouraria, capital baiana, os 20 fuzis roubados do Tiro de Guerra do Exército de Serrinha (a 179 km de Salvador), na madrugada da última terça, 14.
As armas foram encontradas na quarta, 15, em Feira de Santana (a 109 km), em locais diferentes. Quatro, foram localizadas por moradores em um matagal do bairro Mangabeira, por volta das 15h. Outros 15 fuzis foram localizados por policiais militares no bairro Santa Mônica II, por volta das 16h.
Segundo informação de policiais, eles estavam dentro de um saco de açucar, na avenida Fróes da Mota, próximo a um supermercado. O último, só foi achado no final da tarde no bairro Baraúnas, de acordo com informações do Comando da 6ª Região Militar.
Conforme Artur Costa Moura, comandante da 6ª Região, os fuzis M-964 são armas antigas, utilizadas apenas para treinamento e estavam sem munição. Além disso, 12 deles estavam sem o ferrolho, peça fundamental para o funcionamento.
"São armas de repetição, não mais utilizadas pelo Exército, a não ser para treinamento em municípios do interior. Dificilmente os criminosos encontrariam munição", disse o comandante.
Anderson Machado Nascimento, 20, o Gago, foi preso na madrugada de quarta, por suspeita de envolvimento no roubo. De acordo com informações da Polícia Federal (PF), ele confessou ter recebido os fuzis, mas negou autoria no roubo.
Ainda segundo a PF, outras duas pessoas foram indiciadas por receptação de produto roubado e liberadas em seguida, por não terem sido presas em flagrante.
O delegado da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), Ricardo brito, revelou, a um site local, que os envolvidos no crime estavam negociando as armas com uma associação criminosa que pratica assalto a bancos no interior.
Conforme informações do delegado ao site, as armas são de grosso calibre, 762, usadas em assalto a banco. O caso continua sendo investigado pela PF.
Falha
O comandante Moura admitiu que houve falha na segurança do Tiro de Guerra do Exército e disse que vai estudar a situação para evitar que se repita. No momento do crime, havia três sentinelas de plantão armados apenas com cassetetes, que foram rendidos por quatro homens.
De acordo com o comandante, 50 homens fazem treinamento no Tiro de Guerra de Serrinha e a vigilância noturna é feita por três ou quatro atiradores.
Fundado em 1945, o espaço funciona por meio de uma parceria com a prefeitura para orientar jovens em idade de prestação de serviço militar. "Os jovens são atiradores e recebem uma reservista de segunda categoria", diz.