Alunos revindicam por maior segurança na faculdade
Quatro estudantes da faculdade Unime, do campus de Lauro de Freitas, foram suspensos após se manifestarem contra a gestão do grupo Kroton - da qual a instituição faz parte -, por meio de protestos realizados nas dependências do campus, que atrapalharam o andamento das aulas.
Um aluno do quarto semestre, que não quer ser identificado, conta que as reclamações são diversas. "O grupo Kroton colocou o TCC online, estágio online, e muitas matérias importantes para serem feitas à distância. Além disso, sofremos bastante com a falta de segurança. Alunos já foram assaltados dentro da faculdade", ressalta.
O presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da instituição, Victor Kuilici, confirma que a mais de dois meses os estudantes vêm apresentando pautas de reclamações a universidade e que ela nada tem feito. "Nossas duas principais pautas são as matérias online que como previsto em portaria do MEC não acontecem os encontros com os tutores e a superlotação das salas. Quando os professores fazem prova eles precisam fazer reversamento de alunos", disse.
Depois de participarem de uma manifestação na noite da última terça-feira, 29, quatro estudantes foram informados que seriam suspensos por cerca de 10 dias. Inconformados, os alunos continuaram protestando contra a instituição.
No perfil do DCE, os estudantes falaram sobre o ocorrido. "Vimos através desta, informá-los que a direção da Unime suspendeu nesta noite quatro estudantes, uma apenas por ter se manifestado em veículos de comunicação sobre a incompetência educacional da nossa instituição. Fomos até a direção entregar a pauta de reivindicações, quando recebemos a suspensão de dez dias".
Resposta
A reportagem do Portal A TARDE entrou em contato com a faculdade Unime e o Grupo Kroton. Por meio de sua assessoria de imprensa, eles responderam que não são contra as manifestações. "Os alunos foram suspensos por conta da incitação à desordem e agressão moral. Eles chegaram batendo em portas de salas de aula e atrapalharam avaliações. A instituição não é contra as manifestações, é um direito deles" disse.
A respeito da nova política das avaliações interativas, a assessoria explicou que "esta é uma nova metodologia de ensino que o grupo adotou".
Insatisfeitos com a nova metodologia, estudantes reclamaram com a direção da faculdade, mas não obtiveram retorno. "Comunicamos à coordenação do curso e fomos ao Ministério Público. Já fizemos de tudo, falamos com a OAB para fiscalizar o curso de Direito, mas parece que eles (a Unime e o grupo Kroton) não se incomodaram", desabafa o estudante.
Outra reivindicação dos alunos seria a respeito das turmas cheias. "Houve demissões em massa e não teve novas contratações, ou seja, as turmas estão superlotadas, comprometendo a produtividade da gente", diz o aluno.
O presidente do DCE informou que vai adotar medidas judiciais contra instituição. "Quero que a Unime prove que incitamos a violência, isso é mentira. Houve sim alguns alunos mais exaltados, mas hora nenhuma por parte do DCE houve incitação a violência. E inclusive não há registro de nenhum vandalismo contra o campus.", relatou.
Victor Kuilici informou também que a universidade abriu processo de expulsão deles. "Eles querem nos expulsar para não ter críticas a gestão deles que é vergonhosa", concluiu.
*Colaborou Teófilo Henrique