Uso impróprio do quadriciclo representa risco
O Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA) intensificará a fiscalização para o uso de quadriciclos nos finais de semana, no litoral da Grande Salvador. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 13, depois que nove veículos foram apreendidos na Ilha de Itaparica e no litoral norte.
Cinco deles eram conduzidos por adolescentes na Ilha de Itaparica no último domingo, 11, em uma ação conjunta com a Polícia Militar. Já no sábado passado, quatro veículos foram apreendidos no litoral norte sob as mesmas condições.
Em parceria com o Esquadrão Águia, mais a 59ª Companhia Independente de Polícia Militar, o Detran percorreu as localidades de Busca Vida, Jauá, Arembepe, Jacuípe, Guarajuba e Itacimirim, locais onde jovens que veraneiam em condomínios de luxo costumam usar esse tipo de veículo.
Segundo o assessor técnico da diretoria-geral do Detran, major PM Luiz de Souza, o órgão foi acionado por síndicos de condomínios na Estrada do Coco (BA-099), onde é comum avistar veículos com até cinco passageiros - o quadriciclo é feito para levar uma pessoa.
"O principal motivo das apreensões foi a condução dos veículos por pessoas menores de 18 anos, desabilitadas na categoria B e, sobretudo, sem o uso de equipamentos de segurança obrigatórios pelo Código de Trânsito, como o capacete", informou o major.
Penalidades
Segundo Souza, os pais desses jovens podem ser penalizados duplamente por negligenciar o uso de quadriciclos. Primeiro, ao contrariar o Estatuto da Criança e do Adolescente, colocando os filhos em risco. Segundo, por entregar os veículos a pessoas não habilitadas.
Quem for flagrado na direção de um quadriciclo em desrespeito à legislação vigente, prossegue o major, será penalizado com a apreensão do veículo, o que se constitui em infração gravíssima, mais a perda de sete pontos na carteira nacional de habilitação e multa de R$ 191.
De acordo com o major, a liberação dos veículos só será permitida após a regularização destes, o que inclui licenciar, registrar e instalar equipamentos obrigatórios de segurança, a exemplo de retrovisores e setas de sinalização.
"O veículo só é liberado pelo órgão mediante a apresentação de condutor habilitado e com capacete", alertou Souza, ao reiterar que o órgão tem dificuldades de registrar sinistros envolvendo quadriciclos porque o uso desses ocorre, geralmente, nos condomínios.

Veículo feito para uma pessoa costuma ser adulterado por donos para caber mais (Foto: Lúcio Távora l Ag. A TARDE)
Alterações
Para aumentar a capacidade de passageiros - já que o quadriciclo comporta apenas uma pessoa -, proprietários têm mandado instalar bancos estofados nas partes dianteira e traseira. O equipamento é colocado sobre as grades que deveriam ser utilizadas para transporte de cargas.
Nesta terça, equipe de A TARDE apurou, em uma concessionária, que especificações do fabricante apontam que o peso-limite, na parte frontal do veículo, é de 30 kg e, na posterior, 60 kg. O preço varia de R$ 26.990 a R$ 28.990.
Sem se identificar, um funcionário do local informou que as alterações das características de fábrica são feitas pelos compradores: "Esse veículo, originalmente, foi criado para trabalho, não para transporte de passageiros. A versão 2015, inclusive, retirou o banco do carona".