Bebeto Galvão, presid. Sintepev: "Queremos um resultado que seja fruto do equilíbrio das negociações
Trabalhadores da construção pesada se reúnem a partir das 7h30, na praça do Campo da Pólvora, em Nazaré, para definir se a categoria deflagrará greve por tempo indeterminado em toda a Bahia a partir desta sexta-feira, 13.
Em campanha salarial 2016, a categoria decidiu paralisar as atividades nesta quinta, 12, após assembleia que rejeitou a proposta do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada e Infraestrutura (Sinicon).
A entidade patronal ofereceu reajuste salarial de 9% dividido em duas vezes e aumento de R$ 10 na cesta básica. "Não aceitamos este reajuste porque a proposta inicial foi de 12%", disparou Elaine Dias, 27 anos, auxiliar de almoxarifado da Consórcio Mobilidade Bahia.
Nesta quinta, conforme a assessoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepev), só havia seguranças trabalhando nas obras do metrô de Salvador, Consórcio Transoceânico, Av. 29 de Março, parques eólicos, energia solar, BA-093, saneamento básico, estradas e rodagens, linhas de transmissão, Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), barragens e mineração.
Negociação
O presidente do Sintepev, Bebeto Galvão, disse ao A TARDE que os trabalhadores já tiveram várias rodadas de negociação com o Sinicon.
O sindicalista ainda informou que a categoria quer 12% de reajuste salarial, cesta básica no valor de R$ 350, pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR) e manutenção de 100% nas horas extras de sábado. "A agenda proposta pelos patronistas é uma agenda que reprime os direitos do trabalhador", afirmou.
Bebeto Galvão disse, também, que a categoria não deseja atrasar as obras.
O eletricista José Cláudio Barbosa, 33 anos, lembrou que a proposta oferecida pelo Sinicon está abaixo da inflação e espera que a situação seja resolvida logo.
"A nossa luta é por melhores condições de trabalho, por isso paralisamos as atividades ontem", justificou o funcionário do Consórcio Mobilidade Bahia, responsável pela obra do metrô.
Patrões e empregados voltaram a sentar à mesa para negociar nesta quinta durante horas. Mas o Sinicon informou que só se pronunciará nesta sexta, após definir com os trabalhadores as propostas acordadas nas conversas.