Diretor do Ciave, o farmacêutico Jucelino Nery Filho
Atual responsável pela direção do Ciave, Jucelino Nery Filho destaca que, apesar do aumento dos acidentes provocados por picadas de escorpiões, o número de mortes representa cerca de 0,5% do total de ocorrências registradas na Bahia.
O diretor assegura que, nos casos de picadas, no interior do estado, há disponibilidade de veneno nas unidades de referência em saúde, nas cidades-polo. “Por isso, quando alguém de uma cidade menor é picado, costuma-se levar o paciente para essas unidades”, diz.
Já na capital, continua o gestor, a unidade de saúde para onde a vítima foi levada aciona o Ciave para obter o soro. Nery frisa, no entanto, que, na maioria dos casos, a aplicação do medicamento no paciente não chega a ser necessária.
“Mas só quem pode fazer essa avaliação é um profissional de saúde, para verificar se, a depender a reação ao veneno, será preciso aplicar o soro. Por isso, a procura pelo serviço médico tem que ser a mais rápida possível, já que a reação ao veneno varia de acordo com cada organismo”, pontua o diretor do Ciave.
Mitos
O gestor informa que o soro antiveneno não tem contraindicação, mas pode haver reação anafilática ou anafilactóide. “Por causa disso, a aplicação tem que ser feita em uma unidade de saúde que tenha condições para atender a alguma intercorrência”, destaca.
O diretor do Ciave também chama a atenção para evitar mitos que costumam ser seguidos por parte da população, em caso de acidente com escorpiões, a exemplo de colocar alho, castanha ou pimenta no local da picada ou, ainda, dar cachaça ao paciente.
“O alho provoca uma bolha no local da picada, em função da queimadura causa pela substância da planta. Devido a isso, não deve ser usado, assim como a castanha e a pimenta. Nada disso funciona”, aponta.
“Pelo contrário. Na maioria das vezes, costuma atrapalhar o trabalho médico, já que as pessoas não costumam dizer o que aplicou no local da picada”, conclui.