Levi Vasconcelos | Ag. A TARDE
Tapajós morreu no dia 16 de junho, aos 85 anos.
Para quem imperava na folia de Salvador nos anos 70-90 com ares de príncipe do reinado de Momo, Orlando Campos de Souza, o Orlando Tapajós, o pai dos modernos trios elétricos, teve o final de vida no Conjunto Marback, Imbuí, onde passou os seus últimos 15 anos, um local decente, mas modesto.
E, afinal, Orlando não ganhou dinheiro? Com a palavra, Maria das Dores Souza Lima, a Gal, irmã dele:
– Ganhou, sim. Mas tanto ganhava quanto gastava. Na primeira casa dele, na Pituba, fez festa três dias, uma para a família, outra para os amigos e outra para os artistas.
Guerreiro —Orlando tinha 10 irmãos, Gal a única mulher, sete deles vivos. E sete filhos – cinco mulheres e dois homens. Karla Lino de Souza, uma delas, com a qual viveu nos últimos tempos, até falecer no último dia 17, aos 85 anos, assim define o pai:
– Um guerreiro, um lutador, na vida e no leito, lutou muito pela saúde, pelo Carnaval, e nunca bebeu e nunca fumou.
Orlando Grimaldi, dono do bar vizinho à casa onde Orlando Tapajós viveu os últimos cinco anos, diz que ele era uma figura afável:
– Descia, jogava o seu baralhinho, ficou uns cinco meses nisso, até que passou uma noite no palácio (da Aclamação) e depois foi para o céu
Gente boa, querido, não bebia nem fumava, mas carnavalesco nato, Gal diz que o destino é previsível:
– Vai fazer folia no céu.
O 2 de Julho da correria
O 2 de Julho, a festa cívica que mais entranhou na alma dos baianos, com ampla, geral e irrestrita participação popular, este ano cai num dia em que tem jogo do Brasil pela Copa.
Dizem que vai ser o 2 de Julho da correria, ou também do Correria, como chamam Rui Costa, que estará lá dividindo os holofotes com o time de Zé Ronaldo e os presidenciáveis. Se chover, algo normal, aí é que a correria vai ganhar pique.
Adelmário e o cachê duplo
Lembra a história em que o Diário Oficial do Estado e o Diário Oficial da Prefeitura de Senhor do Bonfim publicaram autorização do cachê de R$ 120 mil para Adelmário Coelho no São João de Bonfim?
Adelmário manda avisar, pela assessoria, que não receberá em duplicidade. Quando a Bahiatursa publicou, a prefeitura anulou o edital dela. E também ninguém pensou que ele receberia em duplicidade, mas que foi algo estranho, foi.
João Santana se diz otimista
João Santana, o candidato do MDB ao governo, se diz otimista com as expectativas que tem. Segundo ele, foi um ganho a desistência de Temer de concorrer à presidência, para entrar no lugar Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda, desconhecido, mas ficha-limpa.
– Eu já dei mais de 60 entrevistas em rádios de 26 polos regionais.
Além de Temer, Santana tem no calo também as malas de Geddel.
Lúcio ganha o tempo que queria no Conselho de Ética
Alguém acredita que os deputados, em campo tentando a reeleição, vão largar a campanha para ir a Brasília votar no Conselho de Ética da Câmara? Nem o maior dos otimistas.
Pois o cenário atual se encaixou bem na estratégia que o deputado Lúcio Vieira Lima (MDB), acuado pela Lava Jato, pretendia.
O também baiano Elmar Nascimento (DEM), presidente do conselho, diz que o colegiado decidiu priorizar os processos de deputados já presos e com sentenças transitadas em julgado, de Celso Jacob (MDB-RJ) e João Rodrigues (PSD).
– É possível votar o caso de Lúcio ainda este ano. Antes da eleição, acho difícil.
Ou seja, o caso de Lúcio agora é com as urnas. Passa? Muitos acham que não; ele, que sim.
POLÍTICA COM VATAPÁ
Caso abafado
Antônio Alves dos Santos ganhou a vida carregando laranja numa carroça. Se deu bem na vida, ganhou dinheiro e o apelido de Carroça, adorou e adotou, hoje é prefeito de Rio Real pela terceira vez.
Lá um dia Carroça se encontra com um jornalista amigo e faz o convite para uma visita:
– Você pode ir a Rio Real e ficar inteiramente à vontade. Pode entrevistar quem você quiser sobre o que quiser. A única coisa que vão dizer de mim é que eu gosto de uns birinaites. E eu lhe antecipo que é verdade.
O jornalista, que também gostava, fez a proposta prontamente aceita:
– Faz o seguinte. Me convide também para um birinaite que eu abafo o caso.
Acordo fechado.