Suspeito negou envolvimento de algum funcionário do hospital
"Rapaz,comi chocolate antes da Páscoa. Eita coisa boa". Estas palavras são de José Ricardo Macedo Santos Leão, 21 anos, também conhecido como "Peroba", suspeito de ter invadido o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e assassinado com vários tiros José Fabricio Lima dos Santos, 32 anos, o Chocolate. Ele foi preso no final da tarde de segunda-feira, 14, na Estação Rodoviária, quando tentava embarcar em um ônibus para Salvador.
Com ele, a polícia encontrou a arma do crime, um revólver calibre 38. Na delegacia, ele confessou o crime e disse que matou Fabricio porque o mesmo tentou matá-lo várias vezes. "Tentei matá-lo de manhã e como não consegui fui no hospital e terminei o serviço", disse, às gargalhadas.
Sem demonstrar arrependimento, Ricardo disse que o crime foi praticado por vingança já que a vítima teria matado Mateus Regis Barbosa no dia 8 de março. "Ele inventou que o Mateus teria um caso com a mulher dele, não teve respeito e nem ouviu ninguém que pediu para ele não matar. Porque deveria ter pena dele agora, meti bala mesmo", afirmou.
Questionado como conseguiu entrar na unidade e se houve a facilitação de alguém, o suspeito negou o envolvimento de algum funcionário e disse que encontrou o local certo. "Entrei pelo portal lateral que estava aberto e fugi por lá também. Ninguém me ajudou queria fazer o serviço e assim o fiz", informou.
Ricardo, que chegou a posar para foto com a arma usada no crime em punho, ainda mandou um recado para a mãe de José Fabrício, "Se o filho dela voltasse a viver, o mataria de novo. Não tenho que ter consideração a gente ruim. Não me arrependo de nada, só de estar aqui preso", frisou.
A delegada Ana Cristina de Carvalho, titular da Delegacia de Homicídios (DH) informou que José Ricardo confessou que Edvan Cardoso dos Santos, o Vandinho participou do crime. Ele está foragido.
"Ele foi autuado por homicídio qualificado e já foi encaminhado para o Conjunto Penal de Feira de Santana. A prisão do outro envolvido é quem questão de dias, pois já temos algumas informações que levam a possível localização dele", garantiu.
Segundo a polícia, José Ricardo faz parte de uma quadrilha responsável pelo tráfico de drogas no bairro Aviário que tem ramificações na expansão do Conjunto Feira IX.
A mãe de José Ricardo, que não teve a identidade revelada, foi indiciada por crime de favorecimento pessoal, já que estava orientando testemunhas a não falar sobre o crime e ajudando a esconder o comparsa do filho. Além de ter trocado os números do telefone dos envolvidos para dificultar a prisão. Ela foi ouvida e liberada, pois o crime é considerado de menor potencial ofensivo.