Nem mesmo as incertezas sobre a continuidade do serviço oferecido pelas lanchas que fazem a travessia Salvador-Mar Grande inibiu as longas filas no terminal na manhã desta sábado, 15. Enquanto aguardavam para comprar os bilhetes, os passageiros tentavam agilizar a diversão do final de semana na ilha, sem esquecer a preocupação sobre o futuro do transporte.
Passageiro do sistema há dez anos, o autônomo Reinaldo Souza aprova o trajeto. Há uns sete anos, tinha superlotação e sujeira, hoje em dia, não. O serviço é excelente, garantiu ele, refutando o argumento da Associação dos Consumidores do Estado da Bahia (Aceba), que ingressou com ação cautelar na Justiça, em janeiro de 2007, para suspender a atividade, alegando insegurança. A lancha é mais prática, mais barata e muito segura. Nunca tive problemas, defendeu o administrador Daniel Alencar.
Segundo agentes da TWB, empresa que administra o sistema ferryboat, por volta das 9h, o movimento foi intenso em São Joaquim, pois passageiros não sabiam se as lanchas estariam funcionando. Uma hora depois, o movimento se normalizou.
A preocupação com a suspensão dos serviços não é restrita aos passageiros. Se a travessia parar, vai deixar muita gente desempregada. Eu mesmo calculo um prejuízo de
R$ 3 mil por mês, avaliou o taxista Haroldo Costa.
A ambulante Célia Santana sustenta a filha e a neta com o dinheiro feito na porta do terminal. Vai ser prejuízo demais. Os passageiros que esperam na fila compram água e cerveja, disse ela. Marinheiro e bilheteiro há oito anos, Tadeu Machado demonstrou medo: O que será da gente? Estamos assustados. Alguém quer administrar o sistema no nosso lugar.
O inspetor naval da Capitania dos Portos, Pedro Ribeiro, atesta: Não há motivo para suspender o serviço, pois não há dúvidas sobre a segurança.
Prejuízos - O presidente da Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia (Astramab), Jacinto Chagas, alega que, enquanto não receber a intimação oficial da Justiça, a travessia continuará funcionando normalmente.
Por enquanto, só existem boatos sobre a suspensão, pois ainda não recebemos nenhum documento oficial, garantiu Chagas.