O recado não poderia ser mais claro. Depois de ter enfrentado uma greve de fome que durou 11 dias, no ano passado, e de ter forçado o Governo federal a rever o projeto de transposição do rio São Francisco, o bispo da Diocese de Barra, a 7809 quilômetros de Salvador, D. Luís Flávio Cappio, advertiu: os futuros governantes, entre eles o governador eleito da Bahia, Jacques Wagner, devem estar atentos aos clamores populares contrários ao projeto de transposição.
Ao presidir as comemorações pelos 505 anos de descoberta do São Francisco (04 de outubro de 1501 pelo navegador português Américo Vespúcio), o bispo disse que quaisquer projetos de transposição das águas do rio, devem ser precedidos de um amplo trabalho de revitalização. A transposição é uma coisa constante e o projeto é algo obtuso, disse, no recado que deu aos fiéis, ontem à tarde, na procissão em louvor a São Francisco, padroeiro da cidade de Barra e
do Velho Chico.
Durante todo o dia, o bispo de Barra recebeu congratulações não apenas pelas comemorações em louvor a São Francisco, mas, principalmente, pela luta que realiza em defesa do rio. Ontem pela manhã ele presidiu uma solenidade nas águas do rio, realizando uma procissão fluvial até o encontro das águas do São Francisco com o Rio Grande (maior afluente perene do São Francisco na Bahia), e posteriormente uma missa campal. À tarde realizou uma procissão pelas
ruas da cidade.
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