Integrantes do Sindicato dos Comerciários de Salvador fizeram passeata, na manhã desta quarta-feira, 6, entre o restaurante Casa D'Itália, na Avenida Sete de Setembro, e a Praça da Sé, no Centro Histórico de Salvador. A manifestação faz parte de uma série de ações pontuais que o sindicato tem feito desde o último dia 17 de março, quando a categoria decretou estado de greve.
Os trabalhadores fecharam lojas na Avenida Sete, principalmente na altura das Mercês. Eles cobram reajuste de 19,5% na campanha salarial de 2011, além do pagamento pelo trabalho em todos os domingos do ano, percentual mínimo de comissão para vendas e manutenção da cláusula do Dia do Comerciário, que consta da convenção coletiva de trabalho e prevê o dia 17 de outubro como feriado para a categoria. O patronato oferece aumento de 6,36% e nega o pagamento dos domingos.
O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Salvador (Sindlojas), Paulo Motta, afirma que o sindicato está aberto a negociações e que o impasse refere-se à incompatibilidade de propostas dos funcionários e do patronato.
Eles apresentaram uma proposta totalmente absurda para a realidade do comércio de Salvador. O Sindlojas contrapôs três rodadas de negociação com a proposta de 6,36%, manutenção da cláusula do Dia do Comerciário, porque esta é uma conquista política, e elevação dos pisos salariais para R$ 559 e R$ 609. Quanto ao pagamento dos domingos que não estão inclusos na lei municipal que garante a remuneração, a posição do Sindlojas é clara: é inegociável, não há a menor chance de eles conseguirem isso, afirmou Motta.
Segundo informações divulgadas em nota pelo Sindicato dos Comerciários, supermercados, atacados, concessionárias e shoppings centers já tiveram atividades paralisadas desde a assembleia do dia 17. Diante de tantos abusos, o Sindicato tem realizado ações com o objetivo de cobrar dos empresários soluções para os problemas, conforme a nota.
Se as manifestações forem de maneira ordeira, é um direito deles. O que não pode é obstacular o livre funcionamento das lojas e o direito das pessoas fazerem as compras. Não havendo nenhum tipo de violação ou depredação, nada temos contra, disse Motta, sobre a passeata desta manhã.
A reportagem do A Tarde On Line tentou entrar em contato com o presidente do Sindicato dos Comerciários, Joelson Dourado, mas não obteve retorno.
Trânsito A Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador) informou que, por conta da passeata, o trânsito ficou congestionado na Avenida Sete de Setembro, a partir das Mercês.