Danos da cocaína
Dependentes em cocaína correm o risco de sofrer danos estomacais e intestinais que, em casos severos, podem levá-los a se submeter a colostomia, procedimento cirúrgico que cria uma comunicação entre o colo e o meio exterior, revelou a edição deste mês do Jornal da Sociedade Real de Medicina.
A cocaína é conhecida pela dependência que provoca, pelos danos à cavidade nasal e problemas cardíacos e respiratórios, mas seus efeitos no sistema digestivo são bem menos conhecidos.
Risco de morte
Cientistas britânicos afirmam que os usuários de cocaína podem sofrer de dores abdominais, vômitos, náuseas e diarréias com sangue, que podem ocorrer até 48 horas depois do uso da droga. Em casos graves, o intestino pode sofrer gangrena, uma séria condição que aumenta o risco de morte, ou perfuração. Complicações abdominais derivadas do abuso de cocaína são um risco à vida e precisam de cirurgia de emergência, disse o co-autor do estudo, Luke Meleagros, cirurgião do Hospital Universitário de North Middlesex, em Londres. Em casos extremos, um paciente pode acabar tendo que se submeter a colostomia, acrescentou.
Célula destrói tumores
Pesquisadores franceses descobriram num camundongo um novo tipo de célula imunitária que poderia ser chamada de célula assassina, uma vez que ataca diretamente os tecidos cancerosos, segundo a edição deste mês da revista Nature Medicine. Este novo tipo de células imunitárias pertence ao grupo das células dentríticas, mas elas são duas vezes menores que estas últimas, segundo os trabalhos da equipe dirigida pelo professor Laurence Zitvogel (Instituto Gustave Roussy/Inserm/Universidade Paris-Sul).
Produção de interferon
As células assassinas apresentam a particularidade de serem ativadas in vivo pela combinação de dois medicamentos, o Glivec (ou imatinib), utilizado contra algumas formas de leucemia (leucemias mielóides crônicas) e contra algumas variedades de cânceres do tubo digestivo, e o interleukine-2 (IL-2), utilizado no tratamento do câncer de rim. Estas células, chamadas de IKDC (Interferon producing Killer Dendritic Cell), migram freqüentemente para os locais onde estão os tumores. Elas são capazes de secretar o interferon gamma e matar as células cancerosas.
Avaliação em humanos
Para os pesquisadores, que partem do pressuposto de que sua observação sobre os roedores possa ser aplicada também ao homem, esta descoberta traz novas esperanças em cancerologia, em infectologia e na área de transplantes. Por conta disso, a equipe de Laurence Zitvogel fará em breve testes preliminares destinados a avaliar a combinação Glivec + IL-2 em pacientes com câncer de ovário resistentes ao tratamento com cisplatina e em pacientes com tumores gastro-intestinais (do tipo Gist) resistentes ao Glivec. O interleukine-2 teria o efeito de jogar as células IKDC sobre o tumor.
Cólon e vitamina D
Uma dose diária de vitamina D reduziria pela metade o risco de câncer de cólon, de acordo com pesquisa divulgada pelo Centro Moores da Universidade da Califórnia, em San Diego (UCSD). Segundo o estudo, 25 microgramas de vitamina D por dia reduzem em 50% o risco de câncer colo-retal. Edward D. Gorham, professor da UCSD e especialista em câncer, lembrou que os efeitos benéficos da vitamina D na prevenção do câncer de cólon já eram conhecidos, mas que até o momento não se sabia a quantidade ideal para se reduzir os riscos.
Saúde pública
O estudo precisa o nível de vitamina D para se reduzir o risco de câncer colo-retal à metade, explica o professor Edward Gorham, acrescentando que é preciso promover o quanto antes uma maior utilização da vitamina D como medida de saúde pública. O estudo da Universidade de San Diego confirma outros 18 trabalhos sobre o assunto publicados entre 1996 e 2004.
Derivado do colesterol
A vitamina D, solúvel nas gorduras, é sintetizada a partir de um derivado do colesterol sob o efeito dos raios ultravioleta, o que exige certa exposição do corpo ao sol. Esta vitamina desempenha um importante papel na absorção do cálcio e do fósforo por parte dos intestinos. A vitamina D, indispensável para evitar o raquitismo nas crianças, está presente sobretudo no fígado dos peixes.