À meia-noite do último sábado, 5, o ajudante prático Renilton Ramos Miranda, 30 anos, tomava uma cerveja com amigos na Rua São Rafael, onde morava no bairro de São Marcos, enquanto ajudava na decoração urbana, junina e da Copa do Mundo. Fazia piadas dos amigos, quando foi alvejado com quatro tiros por um vizinho, que não gostou da brincadeira.
Renilton é uma das 293 vítimas da violência urbana em Salvador mortas durante fins de semana em um período de quatro meses. Os dias de finais de semana são os mais violentos em Salvador e região metropolitana. Com base em relatórios do Centro de Documentação e Estatística Policial (Cedep), A TARDE apurou que foram registrados 162 homicídios nos domingos e 131 nos sábados entre fevereiro a maio deste ano.
O terceiro dia mais violento, as terças-feiras, registrou um número (103), respectivamente 36,4% e 21,4% menor. Levado ao hospital geral Roberto Santos, Renilton não resistiu aos ferimentos e morreu de hemorragia interna. Quem conta a história é a irmã da vítima, a massoterapeuta Maria Lúcia Miranda, de 29 anos.
Na última segunda-feira, 7, durante o enterro do irmão, no cemitério Quinta dos Lázaros, ela disse que Renilton foi morto “gratuitamente“ por um jovem de prenome Diego, a quem o irmão conhecia desde os 6 anos de idade. Segundo Maria, Diego costumava andar armado pelo bairro. “Hoje em dia qualquer pessoa pode ter arma, quem não tem são as pessoas de bem, como eu e meu irmão“, desabafou.
Outros dois irmãos dela presenciaram o crime e registraram ocorrência no prédio da Polícia Civil, na Piedade, único local onde se podem registrar ocorrências desde a greve nacional dos policiais civis, iniciada em 19 de maio. O crime deverá ser investigado pela 10ª CP (Delegacia do Pau da Lima).
Causas - O secretário de Segurança Pública da Bahia, César Nunes, considera “variada a motivação“ para os altos registros de criminalidade nos finais de semana. “O que tem índice muito grande são homicídios ligados ao tráfico de drogas“, afirmou. Especialistas em segurança pública enumeram outras causas.
O governo tem apostado em policiamento ostensivo mais intensivo, mas até gora não obteve resultados nos crimes contra a vida. Em 2007, na capital foram 1.333 mortes; em 2008, 1.733; ano passado, 1.732. Esse ano, até maio, já são 744 assassinatos na Grande Salvador.
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