Cinco homens armados de pistolas levaram terror a alunos do curso noturno do Colégio Estadual Filadélfia, em Vila Canária, por volta das 22 horas de segunda-feira, 23. Eles executaram o estudante Luan Bispo dos Santos, de 18 anos, com pelo menos quatro tiros. Atingido no peito, o jovem teve morte imediata.
Na mesma ação, um colega de Luan, Amilton Santos Reis, 43, levou um tiro no tórax – até 1h44 desta terça-feira, 24, ele permanecia internado no Hospital Geral do Estado, para onde foi levado policiais militares. Por conta do ocorrido, integrantes da direção do colégio decidiram suspender as aulas até o próximo dia 30 – cartazes com o comunicado foram afixados na fachada.
O caso está sob investigação de policiais da Delegacia de Pau da Lima (10ª CP), que disseram ainda não dispor de informações sobre possíveis motivações do delito. “Não adianta especularmos sobre motivos. O certo é que os criminosos invadiram o colégio e presumimos que eles sabiam que a vítima estava lá, pois foram direto para a sala em que a mesma se encontrava”, relatou o delegado Antônio Cardoso, plantonista da 10ª CP, à frente do inquérito que apura o caso.
De acordo com o delegado titular da unidade, Pedro Andrade, familiares das vítimas não procuraram a polícia para prestar queixa. “Os bandidos se passaram por estudantes para ter acesso ao colégio”, acrescentou. “Eles aproveitaram um descuido nosso, pois precisamos abrir o portão para a saída de uma professora e eles invadiram. Mandaram fechar os olhos e calar a boca”, recordou um funcionário, sem querer se identificar.
Visivelmente abalada com o crime, a diretora do colégio, Flávia Carvalho, contou que havia pelo menos 20 alunos na sala de Luan no momento em que a quadrilha chegou – era hora do intervalo entre as disciplinas. Os assassinos chegaram e fugiram da mesma forma: a pé. Policiais realizaram buscas na região, mas ninguém foi preso.
O delegado Andrade confirmou que foram recolhidas cápsulas de calibre 380 no local. O caderno do rapaz acabou deixado para trás – foi o que sobrou de material escolar no recinto, além de mesas reviradas. A turma de Luan faz parte do curso de aceleração das 5ª e 6ª séries do ensino fundamental (antigo primeiro grau).
A diretora Flávia também disse desconhecer possíveis motivos que culminaram no assassinato do jovem. De acordo com o delegado Cardoso, três vigilantes do colégio prestarão depoimento ainda hoje. “Eles não quiseram nos passar informações ainda no local por terem ficado temerosos, acreditando que algum dos autores ainda estivesse por ali”, assinalou o delegado.
Outros – A Central de Telecomunicações da Polícia ainda registrou outros dois assassinatos no final da noite de segunda. Ambas as vítimas, do sexo masculino, permaneciam não identificadas até esta madrugada. O primeiro crime foi cometido na Rua Tomaz Gonzaga, Pernambués. O segundo foi registrado no Jardim Cajazeiras, também em via pública.