>>Fila de espera não faz distinção entre pacientes
A fila para conseguir transplante de córnea na Bahia subiu 133% nos últimos dois anos. Em 2006, quando criaram o Banco de Olhos do Estado, eram 600 pessoas à espera da cirurgia. Hoje esse número chega a 1.400. Com tanta gente na esperança por uma visão melhor, o prazo médio de espera chega a um ano e quatro meses.
O tempo é suficiente para acumular sentimentos como ansiedade e expectativa. “Não há nada pior do que enxergar e depois ficar na escuridão. Sonho em abrir os olhos voltar a ver minha família”, comenta a dona-de-casa Cleonice Gama, 61 anos, que há pouco mais de um espera pelo transplante no olho esquerdo. A visão no direito foi perdida quando era jovem e sofreu com a catarata precoce. Neste mês, faz dois anos que a visão sumiu também no olho esquerdo.
Em todo Brasil, a fila de espera pelo transplante também tem aumentado, segundo dados do Ministério da Saúde. Eram 16.667 pessoas em 2001, número que subiu para 24.584 no ano passado. Em contrapartida, a quantidade de cirurgias evoluiu para 11.417 em 2007, quando em 2001 era de apenas 6.193.
DOAÇÕES – De acordo com o diretor médico do Banco de Olhos da Bahia, Jorge Paulo Oliveira, o lado bom é que o volume de doações tem crescido. Em 2006 foram 70 córneas cedidas, número que subiu para 198 no ano passado e chegou a 250 este ano. “O problema é que ainda é pouco para a demanda do estado”, completa.
Oliveira comenta que o ideal seria a realização de 100 transplantes por mês, mas hoje a média oscila entre 20 e 25. Além disso, 40% das córneas doadas são descartadas antes da cirurgia. Esse índice inclui córneas de pessoas que tinham HIV e hepatites B ou C. Deixam de ser utilizadas também as que tenham o tecido desgastado depois de alguma cirurgia ou de pessoas que morreram por infecções como a leucemia.
Serviço:
Banco de Olhos da Bahia: 3372-2919
Central de Transplantes da Bahia: 0800-2840-444