Os servidores da Secretaria da Fazenda Municipal de Salvador interromperão suas atividades por 24 horas nesta sexta-feira, 29. O movimento é parte da campanha salarial dos servidores municipais que, desde a semana passada, vêm paralisando o trabalho em vários órgãos da administração municipal.
Segundo Gustavo Mercês, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, a paralisação dos funcionários da Secretaria da Fazenda encerra o cronograma de interrupções de serviços municipais e dá início ao planejamento de greve geral da categoria, caso a prefeitura não apresente proposta já para ser votada em Assembleia Geral marcada para as 17h30 de terça-feira, dois de junho.
Protesto - Durante a manhã desta quinta-feira, 28, Cerca de 250 servidores da Guarda Municipal participaram do movimento de campanha salarial e fecharam a avenida San Martin das 10h às 12h. Por volta das 6h da amnhã, servidores que aderiram ao movimento do sindicato e os que não aceitaram interromper o trabalho se confrontaram no pátio da sede da Guarda.
Os servidores pedem 50% de aumento do salário base da categoria - R$465,00 - e a garantia do serviço de assistência médica, cancelado desde sete de janeiro de 2009, quando a Prefeitura anunciou uma reforma administrativa na estrutura do governo.
De acordo com Mercês, o pedido de aumento salarial pretende corrigir perdas acumuladas desde o último reajuste concedido pela prefeitura, em 1995. Sobre os planos de saúde, o sindicalista afirma que a mudança operada pelo executivo no início de 2009 acabou com Instituto de Previdência Salvador, responsável pelos serviços de assistência médica e aposentadoria dos servidores, e o susbtituiu pelo Previs, que contempla apenas o plano de previdência dos trabalhadores municipais.
De acordo com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, a pauta de reivindicações dos servidores está em análise e ainda não há uma data definida para a apresentação de uma contra-proposta.
Para Ana Georgina Dias, supervisora do Departamento Intersindidcal de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) seção Bahia, "embora 50% de aumento pareça um valor irreal nessa conjuntura econômica, é perfeitamento justificável e defensável porque essas são perdas que vêm acontecendo ao longo de vários anos". Dados do Dieese informam que este aumento corresponderia a um aumento real de 41,8% no poder de compra do trabalhador, levando em conta o pedido dos servidores e os descontos referente à inflação registrada pelo instituto no último ano (5,79%).