Mais de dois mil litros de leite destinados à merenda escolar da rede municipal de ensino de Salvador estragaram no depósito da Pamel, no Portoseco Pirajá. O prejuízo pode ser de R$ 2.765, de acordo com avaliação preliminar feita pela Secretaria Municipal de Educação.
O material foi comprado em dezembro do ano passado e, segundo a prefeitura, tinha seis meses de validade.
Ontem à noite, por telefone, um dos diretores da Pamel, que se identificou como Luís Fernando, declarou que a prefeitura deveria saber que para armazenar produtos alimentícios por um prazo maior deveria haver uma câmara climatizada. No contrato, não há nenhuma exigência de câmara climatizada.
Fizemos um contrato com a Saúde (Secretária Municipal da Saúde) para armazenar medicamentos que exigia câmera.
Mas este não, afirmou Luís Fernando, que acrescentou que a distribuição do leite deveria ser feita de forma mais rápida.
PREJUÍZOS O subsecretário de Educação, Weslen Moreira, admitiu ontem a perda e afirmou que, de acordo com o contrato, a Pamel estaria obrigada a ressarcir os prejuízos causados durante o armazenamento do leite. De acordo com Moreira, já foram distribuídos 14 caminhões de leite. Luís Fernando não soube confirmar a quantidade. O representante da Pamel garantiu que o depósito funcionou ontem até as 17h45. A TARDE esteve no local às 17h20 e encontrou o depósito trancado.
Em entrevista por telefone à repórter Driele Veiga, da rádio A TARDE FM, um homem que se identificou como Luís Fernando, que seria o proprietário da Pamel, negou à repórter que a empresa esteja obrigada a fazer qualquer ressarcimento.
Só temos a obrigação de armazenar o produto, disse Luís Fernando. O subsecretário afirmou que caso a empresa não pague pelo prejuízo o valor será abatido na próxima fatura emitida pela prefeitura. Contra o que diz o contrato há poucos argumentos, afirmou Moreira. Ele não forneceu, entretanto, a cópia do Contrato 389/06 que, segundo ele, garante o ressarcimento por parte da empresa.
NECESSIDADE Não houve negligência por parte da secretaria.
Foram 2.212 litros (estragados) em um total de 388 mil litros, afirmou o subsecretário, que declarou ser necessária a compra em grande quantidade do produto para garantir o abastecimento de todas as escolas que integram a rede municipal.
Mesmo que o armazenamento seja feito em um local perfeito, sempre há perdas. mesmo em nossas casas, há perda de alimentos, afirmou o subscretário, para quem tentou-se dar uma importância ao episódio maior do que ela tem.
No total, são 180 mil alunos matriculados em 365 escolas, 21 mil jovens do programa Brasil Alfabetizado e 12 mil do Pró-Jovem, de acordo com informações fornecidas pela Secretaria Municipal de Educação.