Cerca de cem moradores de Mussurunga protestam na manhã desta sexta-feira (20) na entrada da Estação da Lapa contra o abandono do terminal. O grupo, formado por moradores de Mussurunga, Subúrbio Ferroviário, Cajazeiras, Bairro da Paz, Itapuã, Pirajá e Chapada do Rio Vermelho, interrompem o trânsito em uma das vias da Lapa, deixando o trânsito lento na região. Agentes da Transalvador e policiais militares acompanham o protesto.
Os manifestantes reclamam da situação da estação. "Meu medo é que a estrutura desabe como aconteceu com o estádio da Fonte Nova", disse Reginaldo Filho, presidente da Associação de Moradores de Mussurunga, que organizou a manifestação. O acidente da Fonte Nova aconteceu em 26 de novembro de 2007, deixando sete mortos.
A estudante Ana Sheila Carvalho, 18 anos, moradora da Chapada do Rio Vermelho, diz que a estação está em "péssimas condições".
Por defender que qualquer alternativa de transporte capaz de contribuir para a melhora da mobilidade urbana da capital deva passar pela estação, o grupo decidiu protestar na Lapa, segundo afirma Joseval Tibúrcio, coordenador do Movimento em Defesa do Metrô, também presente no protesto.
Os moradores reivindicam também melhorias para o transporte público em Salvador. "Não é uma questão só da Copa. Tem que ser algo permanente e para uso da população que mora aqui e sofre com o transporte público", reclama Reginaldo.
O grupo considera que Cajazeiras, Mussurunga, São Cristóvão, Lobato, Subúrbio Ferroviário e Bairro da Paz são as áreas mais críticas na cidade em relação ao transporte público. Joseval cobra que as obras de mobilidade urbana atendam as regiões do Subúrbio e Cajazeiras. "Não importa que tipo de transporte venha, se BRT, VLT ou Metrô. O importante é que seja de qualidade, ágil e que atinja a maior parte da comunidade".
A dona de casa Maria Josélia Oliveira, 46 anos, moradora do Subúrbio, conta que espera mais de 3 horas todos os dias por um ônibus. "É sempre lotado e com trânsito engarrafado, sem contar os pontos cheios, o que significa que precisa de mais ônibus", pondera.
Os manifestantes estão realizando um abaixo assinado com as reivindicações e pretendem entregá-lo ao prefeito João Henrique e ao governador Jaques Wagner. Até o momento, há 30 mil assinaturas, de acordo com Joseval, mas eles querem reunir 200 mil.
*Com redação de Paula Pitta