Cristiane Sodré Guedes, de 29 anos, baleada no ombro em uma suposta tentativa de assalto no bairro do Pernambués, na quinta-feira, 12, segue internada no Hospital Roberto Santos, mas passa bem.
Ela era namorada de Silvano Santos Reis, um dos donos de uma empresa de segurança, assassinado com mais de 20 tiros quando saía de um supermercado por volta da meia noite.
O empresário havia ido à Lavagem do Bonfim e, ao sair da festa, passou na casa da mãe de Cristiane, que fica no bairro do Pau Miúdo. De lá, ele seguiu para o supermercado Extra, na Rótula do Abacaxi, para comer uma acarajé. Ao sair, o empresário foi seguido por um automóvel e uma moto.
Ao passar pela Rua Thomaz Gonzaga, em Pernambués, Silvano recebeu a ordem para retirar a corrente que usava, e em seguida, um dos bandidos disse, “perdeu, perdeu”, conta o agente Amaral, que conversou com a namorada da vítima. O homem morreu dentro do carro, um Toyota Corolla, com cerca de R$ 3 mil, que não foram levados pelos criminosos.
Ainda segundo o agente Amaral, Cristiane vivia com a vítima a cerca de 3 anos e viu quando o carro, um corsa preto, se aproximou seguido de uma moto. “Depois que ela ouviu o primeiro disparo se abraçou à vítima e disse não ter visto mais nada”, relata o policial.
No Instituto Médico Legal (IML), amigos de Silvano aguardavam a liberação do corpo e também não sabiam contar o que houve, só em relação a índole da vítima. “Ele era uma boa pessoa; popular, prestativo.. Fomos criados juntos no Pau Miúdo. Conheço ele desde a infância, conta o taxista Eduardo Barbosa.
Nesta manhã desta sexta, 13, a delegada Clelba Regina Teles, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que está a frente das investigações, ouviu parentes da vítima para tentar solucionar o caso. Ainda será solicitada as imagens do circuito de segurança de um estabelecimento próximo ao local do crime para tentar identificar os criminosos.
Tráfico - Também em Pernambués, o corpo de Gílson Pilar de Jesus, 19, foi encontrado, na manhã desta sexta, com marcas de tiros na rua Thomaz Gonzaga. O local é utilizado por moradores como depósito de lixo.
De acordo com o delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Antônio Cláudio Pereira Oliveira, o rapaz era usuário de maconha e havia ido ao local comprar drogas quando foi morto próximo a uma região chamada Guine.
“Aqui é uma área de disputa do tráfico. Pelo que apuramos, ele devia a um traficante e não pagou, quando veio comprar drogas foi morto”, explica o delegado.
A tia da vítima, de pré nome Ana Paula, confirmou que o rapaz era usuário de drogas e que também sofria de problemas mentais, adquirido após a morte da mãe. “Ele morava com a avó dele e já morou comigo. Depois que a mãe morreu, há 4 anos, ele começou a ter problemas mentais”, diz.
O tio da vítima, que era moradora da rua Aliomar Baleeiro, também no bairro, temendo represálias não quis se identificar, mas revelou que não há segurança no local, e que envolvidos ou não com o tráfico estão sob risco dos conflitos entre traficantes. “Ninguém pode vir para o lado de cá que eles matam. Não há policiamento por aqui”, fala.