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Aspirar poeira e contar buracos na pista passou a integrar a rotina dos
moradores da Rua Direta, na Mata Escura, desde que a obra do banho de
asfalto, iniciada pela Prefeitura, foi deixada pela metade. Segundo os
residentes da área, o trecho entre a Penitenciária Lemos Brito e a
saída em direção à Brasilgás foi fresado (raspado) há cerca de um mês,
mas ainda não recebeu a aplicação de asfalto. |
“Desde o dia 18 de julho que isso está assim. O que adianta tirar o asfalto velho e não botar o novo? Já está tudo esburacado novamente. Quem pode, está evitando passar por aqui”, reclama o proprietário de uma oficina mecânica localizada na Rua Direta, Reinaldo Sampaio, 49.
Vizinho de seu Reinaldo, o dono de um mercadinho, Derivaldo Oliveira, 48, queixa-se da quantidade de poeira que se acumula sobre os produtos de sua loja. “A gente limpa e dez minutos depois já está sujo de novo. Levo o dia inteiro passando pano nas mercadorias”, afirma, apontando para as prateleiras.
A poeira também incomoda a estudante Leidiane Vilas Boas, 23, que afirma já ter ido a um posto de saúde por conta de problemas respiratórios causados pelo ar poluído. “A gente fica respirando esse pó que arde os olhos, dá alergia e falta de ar”, diz. Leidiane conta que, para tentar diminuir a concentração de partículas suspensas, alguns moradores jogam água na pista, resolvendo o problema momentaneamente.
A equipe de reportagem esteve no local, atestando a presença da poeira e a existência de vários buracos na pista. Os mais profundos estão na frente do posto de gasolina situado no final da rua. Poucos minutos após a chegada da reportagem, um grupo de funcionários de uma empresa terceirizada da prefeitura (os trabalhadores não quiseram se identificar), e dois caminhões chegaram ao local, interrompendo o tráfego de veículos na área para tapar as crateras.
Presente na área para coordenar o trabalho do grupo, o representante da Superintendência de Manutenção e Conservação (Sumac) da Prefeitura, Luiz Martins, disse, porém, que somente os buracos seriam cobertos e que a aplicação de asfalto não tinha previsão para acontecer.
Por meio de sua assessoria de comunicação, a Sumac afirma que a obra está paralisada há “apenas” 15 dias. O motivo teria sido a quebra da acabadora, equipamento usado para realizar a cobertura de asfalto nas pistas. Ainda de acordo com a assessoria de comunicação da Sumac, a obra será retomada nesta quarta-feira, 20, e deve ser concluída em dez dias.